Vindo do Bueiro

[Verso]
Tiro pela culatra
Mais um cão que ladra
Ladra de emoções
Ações psiquiatras
Joguei lições no lixo
Hoje reviro latas
Nasci na escuridão entre ratos e baratas
Ando na contra mão dessas vias, de fato
Pus fogo na madeira, atirei o pau no gato
Em estado de sítio, bem mais que Lobato
Pra odiar humanos, sou o cara exato
Anônimo de espírito, rosto nos jornais
Taxado de esquisito por pessoas normais
Mas sou um lobo livre perto desses currais
Não me mataram antes, então não matarão mais
Me copiarão mais
Me odiarão mais
Na de tentar me alcançar só faltam ser canibais
Comerão da minha carne absorver meus ideais
Pois se compra o que desdenha, eu quero um paco de reais
E te devolvo pra pagar pago de louco
Com punchs de Maguila, um rival é pouco
Boca de Mike Tyson, arranco sua orelha
Eu sou o furacão que vai levar sua telha
Eu sou um maremoto, sem ganhar dez vez na loto
Joga esse beat no talo pique ponteiro de moto
Sufoca a minha angústia
Prostitutas da Augusta
Querem o mesmo que tu busca
Então vai...deita e degusta
Assusta com o retrospecto
Aspecto de ilusões
Não jogo o jogo dos tronos, mas minhas rimas são dragões
Um fogo em pleno inverno
Um gelo em pleno inferno
Detecto os falsos gênios
Mais desejos que realizações
Menções não dizem nada
Monções não me detém
Apenas um poeta acordado
Pois se for viver de sonho preparem meu réquiem