Vida Metropolitana

As luzes da cidade
São gritos dos predios
Aqui embaixo
O álcool consome
A dor e o tédio
É um privilégio
O contraste social
É quase um sacrilégio
O cheiro de drogas
É um problema clínico
E eu falo do capitalismo
Que na busca por ter a carteira cheia
Deixa o coração vazio
A noite é assustadora
Pra qualquer pessoa
Que se ponha a pensar
A arquitetura segrega
E me causa mal estar
Mas deixa estar
Vivemos como loucos
Tentando romper as barreiras
E chegar no topo
Mudando de lugar
E fazendo começar tudo de novo
O contraste é ver a multidão e se sentir sozinho
Enchendo tantos copos
Me tornei vazio
O mundo anda tão ácido
Tenho azia disso
Em meu suco gástrico
Causa um reboliço

Refrão
Fuga da lama
Medo dos cana
Lá se foi a infância
E o sonho das crianças
Sejam bem vindos a vida metropolitana

A chuva afogando sorrisos
As luzes ofuscando juízos
Prédios altos
Pessoas morrendo de frio
Pessoas morrendo de medo
Jovens cometendo suicídio
O concreto matou a natureza
Mataram a história dos índios
Os carros com pressa
Os arranha-ceis arranham a alma
A vida passa enquanto a rua ce atravessa
E a fumaça da indústria te dá calma

Refrão
Fuga da lama
Medo dos cana
Lá se foi a infância
E o sonho das crianças
Sejam bem vindos a vida metropolitana