Vida de Negro...

[Refrão: Amiri, (Dorival Caymmi)]
(Vida de negro é difícil), é difícil como ter
A (vida de negro é difícil), é difícil como crer
Que eu tô a morrer dia e (noite) na mão da polícia que não vê
Que também é escrava do (açoite) que vira notícia na TV, mas
(Vida de negro é difícil), é difícil como ter
A (vida de negro é difícil), é difícil como crer
Que eu tô a morrer dia e (noite) na mão da polícia que não vê
Que também é escrava do (açoite) que vira notícia na TV

[Verso]
Sejamos francos igual o Moacyr
Até porque essa falsa comoção
Foi mais barata que dar calça a promoção
Fantasia de caridade, mas a posição deles é:
— Diante qualquer surto, vazo
Racistas e suas teorias emocionais são sinceros a curto prazo
E chacota me afeta
Rachel, 'cê não entende nada de cota
Tanto que a sua cota é ficar quieta
Faz favor... E a quem 'cê faria?
Sendo que parte do cérebro coletivo teve anencefalia
E nasceu analfabeto funcional
Graças à negligência institucional
Pseudo-justiça sem vergonha na cara
'Tó uma drenagem facial pra essa miragem racial
Que é um holograma do justo, um abraço doce, mau
Pra quem já nasceu pendendo pro fracasso social
Hmm, 'cê tá fora do tom, quer ser Jerry?
By any means necessary!
Ah, agora somos todos macacos? Fala
Que hashtag 'cês subiriam diante o simples fato que
Durante séculos fomos todos pra saco, vala?
Dor no corpo da nação, torpor na razão
Salonpas vou ter?
Uso creme dental black, tá bom pra você?
— É tudo racismo o que 'cê disse
Milagre pro jovem negro é morrer de velhice!
E não pelo genocídio, devastação; e se for lógica
Escapar da castração psicológica
Isso é parte da luta que, irmãos, carece cálcio, sais
Que acrescentasse o gás (é)
Parece fácil, mas

[Refrão: Amiri, (Dorival Caymmi)]
(Vida de negro é difícil), é difícil como ter
A (vida de negro é difícil), é difícil como crer
Que eu tô a morrer dia e (noite) na mão da polícia que não vê
Que também é escrava do (açoite) que vira notícia na TV, mas
(Vida de negro é difícil), é difícil como ter
A (vida de negro é difícil), é difícil como crer
Que eu tô a morrer dia e (noite) na mão da polícia que não vê
Que também é escrava do (açoite) que vira notícia na TV