"Não sinto nada, tou imune
Á merda do costume
Enojado c'o teu perfume
Cala-te e dá-me lume
(Cala-te e dá-me lume)
Cala-te e dá-me lume
Queres ser feliz
Não me perguntes como
Se ela pode ser atriz
Como a Beatriz, já o Sam diz
E vendo bem hoje eu só fiz fumo
Nesse fumo eu sumo
E fico no cimo
Bem lá em cima no cume
É aí que eu digo
Desculpa pai não ser exemplo a seguir
Não sinto nada a não ser que me tou a deixar ir
Sinto a vida num flash, mãe onde é que tás?
Dá-me paz, dá-me a mão antes que eu me passe
Vivo numa bolha, não tenho escolha senão tentar
Massacrar a folha ao folhear..
O caderno onde alterno entre o breve e o eterno
O duro e o terno, o céu e o inferno
Tive um sonho onde o sono era pesadelo
Trago comigo o meu passado,sente o peso dele
Se tento voltar atrás, fico preso nele
E de que serve um futuro passado a vê-lo?
Juro, não sinto nada, tenho frio
Caminho na estrada?, ou será no fio
Da navalha de uma falha minha?...
Acendo o pavio da mortalha
E agora quando calha
Também vejo uma linha...
Que separa a minha cara
Da que encara no espelho a inocência
Que outrora tinha..
Até que migro ao abrigo
Tal e qual uma andorinha
Aprecio o Vazio quando cheio
Do frio que eu crio quando creio
Em algo superior e se o tema for a dor eu odeio
Quanto ao meu amor eu amei-o
Quanto ao meu caminho vou a meio
Se vem o devaneio agora sei se onde veio
E eu pergunto..
Queres que mude de assunto?
Finja que o interesse é muito?
Ou até que esse interesse seja mútuo?
Não creio nisso e fumo isso a que chamam ilegal
Para perder o juízo no Juízo Final
Levo a vida de improviso e entre o meu pessoal
Todos sabem que há sempre um que sai um pouco mal
No escuro eu cintilo, digo-te e falo
Que o amor tou a senti-lo mas não tou a toca-lo
Ponho sal na ferida e ela arde de tal
Forma que penso que é fogo e logo tento apaga-lo
(Logo tento apaga-lo
Logo tento apaga-lo)
Se o tempo custa a ver passar
Então eu tento pagá-lo
Em chavalo vi o caso mal parado
Vi um prazo a ser dado a quem tava do meu lado
Vi-me em puto, a ver como o tempo é curto
Vi tudo a minha volta a lutar contra o luto
Mas, tudo passa e eu também
Pela fase de querer que tudo passe e vendo bem
Se viver á base do quase, fico no impasse
Quanto a ser a tal metade da face de alguém
No momento ideal, quanto tempo o tempo tem?
Perco-me no tempo, secalhar porque convém
Afastar o azar que sismo em fazer par
Que me puxa para o mar quando eu não sei nadar
Diz-me tu onde vais quando cais
Diz-me tu como encaixar sem encaixe
Só tu sabes o que atrais quando trais...
Dica essa, é ser a peça que faltava
No puzzle que só começa quando acabas
Farto do clichê, de quem só olha e não vê
Se questionar o porquê, de ser assim
O início e o fim, o vício do frenesim
Bastante propício para voltar de onde vim
E mesmo assim, só sei que tenho frio
No fundo, tou´ cheio com todo este Vazio."
Vazio was written by M. ( VinteVinte).
Vazio was produced by .
M. ( VinteVinte) released Vazio on Tue Mar 20 2018.