Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Rui Veloso
Já bebi a minha conta
E a taberna está a fechar
Vinguei-me hoje da afronta
Que o mundo me faz passar
Passam-se os anos na pele
Numa azia sem sentido
E a gente acumula o fel
Do tempo mal diferido
Um copo contra a carestia
Um copo contra a incerteza
E mais um copo à ousadia
De querer vencer a fraqueza
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café
Um café
Um café
E um bagaço
Sou dos que tira a camisa
Para socorrer um amigo
Mas Deus não me recompensa
Será que embirrou comigo?
Um café e um bagaço
P'ra manter o equilíbrio
P'ra que nada troque o passo
A um bom cidadão ébrio
Um copo contra o sistema
Um copo contra a inflação
Um copo contra a gangrena
Que nos dói o coração
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café
Um café
Um café
E um bagaço
Já espaireci a fadiga
Queria soltar o meu brado
Mas sem armar grande espiga
Para que não seja constado
Sou respeitado e pacato
Sou ordeiro sou discreto
Bebo uns copos em recato
Para não ir tão circunspecto
Um café e um bagaço
Só p'ra assentar a bebida
Quero ver tudo bem baço
Só assim acho a saída
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café
Um café
Um café
E um bagaço
Mas hoje estou como o aço
Vou começar a plissar
Um soluço e um abraço
E a vontade de cantar
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café e um bagaço
Um café
Um café
Um café
E um bagaço