[Verso 1]
E a tuga mais bonita nasceu dessa diferença
Que existe nas origens onde a mistura compensa
Corte e costura na cresça a minha cultura compensa
Ser a leitura que mia numa língua que me convença
Ser tuga não é a presença tensa que pensa
Que todos os pretos dançam kizomba à nascença
Preguiça não é doença a nossa justiça é uma ofensa
Terra castiça na berra postiça pela imprensa
O Éder so chutou uma bola ele não chutou o racismo
Mas foi salgueiro maia que acabou com fascismo
A história esta contada mas еla não esta culpada
Descobrimos meio mundo ou rеduzimos meio a nada
A criminalidade vem dos pretos ou dos ghettos
È que colarinhos brancos roubam mais que a mão armada
E muitas estatísticas não visitaram becos
Ou mentiram numa entrevista a para responder à morada
[Refrão]
Eu não sei se hei de fugir onde eu nunca fui
Eu sei la só sei que cá dentro a minha cena flui
Então toca essas notas que sabemos nunca ser verdes
Porque os nossos verdes anos são nestas paredes
Tão tuga
Tão tuga
[Verso 2]
Enquanto uns gritam chega por clubismo
E gritam nacionalismo com cinismo
Argumentam o racismo em algarismo
Enquanto não lhes toca é viver o conformismo
Votação é abstenção se houver um sol de eleição
Porque os tugas não pensam em dar toda essa atenção
O pais só vira tensão se não houver refeição
E vinho sobre a mesa para ver bola da seleção
Fátima dispensa essa doença se não vir tostão
Acendam velas que a bless delas é lixo no chão
O crucifixo na mão que reza um terço em vão
Porque os donos disto já sabem onde estão
Eu não sou nenhum Henriques sem sotaque da banda
A ponte tem o nome mas os escravos não mandam
Para arranque para demos passos que abrandam
Troquei o FMI por fim nos meus espaço não cantam
[Refrão]
Eu não sei se hei de fugir onde eu nunca fui
Eu sei la só sei que cá dentro a minha cena flui
Então toca essas notas que sabemos nunca ser verdes
Porque os nossos verdes anos são nestas paredes
Tão tuga
Tão tuga