[Verse 1]
Ela diz...
Que quer ser minha borboleta
Então faz-me voar, subir, esquecer este planeta
Eu ando lento, ou tu veloz demais
Não é preciso ser génio para ver que não somos iguais
O que eu quero é sossego mas ? tu só te atrase
Ainda estou à espera que me envolvas nas tuas asas
Fecha os meus olhos e diz que tudo passa
A raiva, a desgraça, a droga na praça
O álcool, a farsa, a fuga, a caça
A pobreza na raça, a tristeza que me abraça
Não chores disfarça, confia no comparsa
Amanha ele te trapaça, fecha a tua e passa
Miséria não tem graça
Putos de doze anos já só riem com fumaça
Tenta de novo
Fecha os meus olhos e diz que tudo passa
Por mais que vives não me tentes entender
Vê-me de longe a correr, a passar, a morrer
Mas promete que nunca me vais esquecer
Eu sinto falta deles eles nem imaginam
Pergunto para mim, será que também rebobinam?
Voltam atrás, aquilo que passamos
É frustrante não puder viver os sonhos que sonhamos
Quando eu vejo o Dalme, a minha alma chora
Quando eu penso no Serif, a minha mente ora
Muita gente ignora as palavras que eu falei
Mas olha bem o que é que eles fizerem com o Play
Quem corre morre, e quem não morro fica
Não fiques na fila, levanta-te acredita
Hoje são mais de trinta amanha dois ou três
E ás duas por três 'tás sozinho com porquês
A tua tropa acabou, és só mais um rapaz
O ? já te disse, vá procura a tua paz
[Hook x2]
Sangue é no corpo, mágoa é na alma
Quem quer que sejas tu tens o teu trauma
Então levanta e enfrente de frente
Porque que deixas que eles matam a tua gente
[Verse 2]
Meia placa de polex vê se não fumas e despacha
Relaxa, fica com o que é teu e traz a minha taxa
Disfarça, mesmo que não finge que 'tá tudo controlado
Não confies em ninguém e olha p'ra todo o lado
Sensação de perseguição deixa-te perturbado
O fedor que trazes na mão faz de ti culpado
Rosto pesado, olhar vermelho, lábio escuro
Faz para esquecer, esquece, eu não censuro
Mas cuidado, esse esquecimento traz prejuízo
Esqueces a vida esqueces de ti esqueces de ter juízo
E eu não esqueci todas as vezes que gritarem
Quem gritou bazou mas os gritos ficaram
Eu sou o louco, eu vi-lhe atrás dele com uma faca
Ela foi-se embora ele chamou-lhe vaca
Ainda há quem diga que o álcool não mata
Carinho até havia problema era a paca
Primeiro emprego, dois dias, despedimento
Tão pouco tempo, mandado embora sem argumento
Mas não desistas Fat G, trabalho o teu talento
Dá o teu speed sai das ruas foge do cimento
Por um momento eu fico quieto, respiro penso
Por mais que tente eu não consigo deixar de ficar tenso
Ouvi falar de uma coisa chamada amor
Sabes onde está? Então mostra-me por favor
E como é que é, bebesse? Fumasse?
Cheirasse? Injectasse? Comprasse? Furtasse?
Naah, borboleta, traz alguma cor e muda o panorama
Mas quem me garante que a borboleta não me engana
Seduz-me, trai-me, mente-me p'ra mostrar quem reina
Procura outro otário, eu não nasci p'ra entertainer
Agora é a vossa vez, vá plateia batam palmas
Depois vazio, silêncio e voltam traumas
[Hook]
Sangue é no corpo, mágoa é na alma
Quem quer que sejas tu tens o teu trauma
Então levanta e enfrente de frente
Porque que deixas que eles matam a tua gente [x2]
Porque que deixas que eles gozem a tua gente
Porque que deixas que eles escravizem a tua gente
Que matam a tua gente
Então levanta e enfrente de frente
Marcos Best released Traumas on Sun Jan 01 2012.