Esta faixa disserta em 3 versos o imenso mundo sobre o trabalho assalariado, a rotina, o caso das demissões em grandes empresas, abuso de autoridade e revolução industrial.
Com as rimas do MOSA GANG, representados por Pimpo$o de Curitiba e Cvss, de São Paulo, e do MC Gaúcho Uthopia.
[Produzido por Karmo e Junked]
[Verso 1: Alex FULL]
O pêndulo regra meu senso, determina o que eu dependo
Ordens tendem a trancafiar, eu tento, mas eles
Não enfatizam o que eu penso
Lógica suja cuja muitos se sujeitam
Tu cogita, agitar? É ágil o desrespeito
8 horas diárias, engulo o almoço
Escuto um moço em prantos
Com seus planos indo pelo poço
Desgosto no esboço de um rosto
O proposto não teve o melhor dos gostos
Frustração invade o torso
Assalarie os robôs, como seus avôs
Revolução industrial, o meu biso já odiava o que ela propôs
"Hm, cê tá doente? Não? É de propósito, então vai trampar!"
Atestado só se for de óbito, eu não opto pelo meu bem estar
Exageros são cargas horárias massivas
Mentes passivas
Desvios de função em ativa
Mas passar fome não cativa
Chego em casa, frouxo a gravata
Agrava o estado da alma
Na mente grava o dito na ata
Que acata e tenta se manter pacata, mas
Não apaga, e ele? Quase nada me paga
Eu fico calado ou falo?
Se eu entalo, vivo igual um rato - um lixo no ralo
Não é ego, é o pleito que surge do brado
O peso nas costas, literal e figurado
Literatura e figurinhas, bom mesmo era o passado
[Refrão: Alex FULL]
Meu sacrifício era um ócio do ofício
O que fiz pra tudo isso, se tornar tão difícil?
Mil submissos à espera de um alívio
O todo é séssil e o dia passou feito um míssil
[Verso 2: MOSA - Cvss]
Estou há meses com o mesmo terno
O circo já aparenta ser eterno aqui
Cotidiano subalterno
Se continuar assim eu me interno, fi
Não quero ter somente contas à pagar
Horríveis lembranças preciso apagar
Desde o dia que consegui a vaga
Comecei a vagar
E a cada nascer do sol eu trago
Um maço pra aliviar o estresse
E a cada pôr do sol eu trago
Problemas e uma nova prece
Pro mesmo deus no mesmo quarto
Do que eu mereço só me deram 1/4
E ainda há quem me cobre
Enquanto roubam meu ouro e deixam o cobre
[Verso 3: MOSA - Pimpo$o ]
Curitiba, bem vindo ao inverno
Seja bem vindo ao mundo moderno
Não precisa morrer pra ver o inferno
Algumas horas de bonde não é perto
Cai a grana na conta, quanto conta?
Melhor não fazer conta, olha o quanto desconta
Nesse time os caras te jogam contra
Sem pensar em lazer, mal sobra pras contas
Paga a igreja e o túmulo
O que almeja é o cúmulo
Várias horas no acúmulo
Sua vontade a peso nulo
Tira sono e condução não tem condição
Convicção de ter que mudar de profissão
Causa confusão a sua contusão
E a culpa ainda é sua perdeu tempo em vão
[Refrão: Alex FULL]
Meu sacrifício era um ócio do ofício
O que fiz pra tudo isso, se tornar tão difícil?
Mil submissos à espera de um alívio
O todo é séssil e o dia passou feito um míssil