Sisteminha

[Verso 1: Cadelis]
Cidade maluca, meio dia uma arapuca
Só esquentando a cuca, eu tô no bico da sinuca
Bando de filho da puta esses que tão na disputa
Candidatos sem conduta, reeleitos sem ter luta
O povo se perde na lata, a vida é dura e a muitos mata
Enquanto isso em Brasília continua a mamata
Jovem não mais desacata, honra é menos do que prata
Todos hipnotizados rindo da TV Pirata
Criança cata lixo, homens piores que bicho
Santos escondem sem nicho os jovens em fúteis caprichos
Igualdade fictícia, malandragem oportunista
Corrupção na polícia, rádios a perder vista
Variações de mercado, violações de tratados
Presos julgados, culpados, britânicos preocupados
Sangue e óleo em cada lado, depois tudo misturado
Recados teleguiados, explosões em atentados

[Verso 2: Nairóbi]
Deputado é quem lucra, e o povo segue a disputa
Tropeça quebra e se assusta, não sabe o quanto que custa
Sobreviver na labuta, na sociedade não justa
Entre os filhos e as putas
E o tempo que só encurta e nos destrata
Facção tem nas mansão, até na mata
Favela versus nata
E o salve a bandidagem logo acata
Guerrilha organizada, milicia despreparada, mal equipada e motivada
Terroristas e de farda, vidas não valem mais nada nessa lista
Não insista, só invista na parada petrolífera
Sangue na engrenagem, tipo máquina mortífera, mané
George fucking Bush continua na ativa e de pé
Privacidade não existe e reclama quem quiser
Ou souber reclamar
Porque essa merda toda gira só pra nos enganar
Então abre o olho amigo, e começa a pensar

[Verso 3: Cadelis]
Israel e Palestina, a grande potência é a China
Recupera-se a Argentina e no Brasil ninguém se atina
Impunidade pra chacina, verdade pela latrina
Balas, corpos, cocaína melando nossas esquinas
Mídia informal nazista, povo educado racista
O novo tratado classista é o desespero consumista
Pagamento só a vista, ele atacou o atacadista
Cadeias abarrotadas, ônibus queimam na pista
Corrupção ativa, população passiva
Violência coletiva, ignorância massiva
Não é questão de lado, já tá tudo estragado
Somos os reais culpados nos mantendo calados
Muita gente já nem sonha, o passado envergonha
A situação tá tão medonha que é melhor fumar maconha
Mundo moderno robótico, o futuro se faz gótico
O presente é o simbiótico entre clássico e caótico

[Verso 4: Nairóbi]
Carros cospem carbono, clubistas vendem abonos
Velhacos peidam nos tronos proclamando patronos
Os donos dos donos de tudo
Um bando de merda que pensa que domina o mundo
Mas não, contravenção de milhão a milhão
Quadrilha que não tem patrão e nem plano de execução na hora da investigação
Mas tem êxito na principal ação
Agora esses putos tão mais longe da prisão, moleque
O que acontece a massa burra logo esquece
O jogo na TV todo dia aparece
Até que o novo pão e circo recomece na metrópole dos testes
Cabeças rolam desde as sete da matina
Até que o próximo se estrepe na sua própria rotina
Droga não é vitamina, nuvem pesada no clima
Explosão que alucina e nos deixa nesse estado
A merda contamina e escorre por todo lado