SISTEMATICAMENTE

Achas que és dono e controlas o rumo da vida que eles dizem que é tua?
Mas andas com sono, trabalhas por esmolas e voltas pra casa com a lua?
Os músculos estão doridos, os noodles em plástico, não há tempo pra um corpo mais nutrido
Eles querem que tu sejas estúpido, há perigo num homem que é lúcido
Em Roma alimentava-se com pão e circo
O povo circunspeto eu digo circunscrito
Todos os caminhos vão lá dar ainda, eu grito
Brother tu não tas a ver o que estão a fazer contigo?
A escola, a disciplina, o ver a bola, a hierarquia, a cor da pele, a tradição, competição e a valentia, ostentação e fobia, é tudo mentira
Pra eles viverem à reis tu não podes ter vida

Lembra-te do tempo da escola de falarem da glória que foi além-mar
Dizerem sem dizer que o fulcro da vida é ter poder e conquistar
Que não há alternativa ou saída senão lutar e em tudo há perder e ganhar
Tu já tens a bala da ideologia é morrer ou atirar a matar
Alguém lançou esta guerra mas ficou a vivê-la num ecrã de cinema
Sistematicamente o meu papel nesta merda é odiar o sistema

Eles instigam-te o vencer na vida
A escola adestra-te, sequestra-te, limita-te
Ensinam-te a pensares que é moralista
A punição, comparação, valorização da conquista
Querem-te na faculdade sistema mega hierárquico
Vestido igual aos outros diluído sob um traje
Quando trajas a tua vaidade ultraja a equidade
Competência não é canudo e ser doutor não é ser sábio
Propina não combina
Com a condição da informação ser um direito universal
É ficcional o ideal de ser alguém na vida
Não é a ti que ele alimenta é ao sistema capitalista
Eles falam em sucesso
E dizem que a estabilidade é o caminho pra compô-lo
Mas evoca-me um herói que tenha marcado a História
Sem deixar a sua zona de conforto
O estado é constitucionalmente o pai da gente
Mas políticos só querem ter mais que os outros
Eles mentem-te em nome de banqueiros que financiam
Campanhas pra poderem controlar o povo
Quando eles viram que não nos venciam pela guerra
E que não tínhamos mais medo dos deuses
Impuseram-nos um sonho que não é da nossa natureza
Pras nossas vidas voltarem a pertencer-lhes
E se tu não pensares como os outros és maluco,tu és louco, tu és burro, tu és tudo, tu és pouco…
Andam todos num sufoco, não me enfrentes, não me afronto, eu cá já nasci livre, ponto!