Sessentaesete

[Verso 1]
Me despi do ego, expus minha alma nua
Andei na rua, chamaram de maluquice
Larguei a mesmice desses versos baratos
Pra cena conhecer o que é nível elevado
Dias sem dormir criaram um Tyler
Minha emancipação não pede um time
Sem cinismo, rap é revolução
Sou tiro de sniper e não flecha sem direção
Vim pra ser um Martin, mas não preciso ser King
E pra ser notório eu nunca precisei ser Big
Entre anjos e demônios
Um me ofereceu o céu, mas fui por caminhos errôneos
Minha lírica humilha vários mcs
Igual matar de faca no CS
Sua lírica é mais frágil que giz
Se eu matei os deuses, pra quem farão as preces?
Cês são piada, fakes de internet
São noite no museu e eu noite em 67
Por isso eu me revolto igual Sérgio Ricardo
E se Beto é bom de bola, ADR é bom de rima
Filma, esse cena na mente e nunca esquece
Que é aguardada igual o fim de The Walking Dead
Marecha, não será em 2020
Eu já tô excluindo os que na cultura fedem

[Refrão]
Me recuso a sair do rap
Me recuso a viver o rap de ilusão
Pros que pensam que vive o rap
Mas não sabem sua função
Me recuso a sair do rap
Me recuso a viver o rap de ilusão
Pros que pensam que vive o rap
Mas não sabem sua função

[Verso 2]
Ae, isso não é parque de diversão
Resistência é Rosa Parks, se recusando a levantar
Pretos, não se rendam a frustração
Somos mais que tudo isso que querem padronizar
Recebi uma ligação de Morpheu
Dizendo que eu terei que acabar com tudo isso
Meu compromisso, ninguém entendeu
Não será arrebatamento, mas terá vários sumiços
Meu manuscrito, é veredito, tenho dito
Grito do espírito
Questionando quem eu sou
Minh'alma respira soul da voz de Aretha
I never loved to rap
The way I loved you
Ei, e eu gosto é do estrago
Só pra ver quem vai se manter de pé
Sujeito homem não manda recado
Foda-se, entenda como quiser

[Refrão]
Me recuso a sair do rap
Me recuso a viver o rap de ilusão
Pros que pensam que vive o rap
Mas não sabem sua função
Me recuso a sair do rap
Me recuso a viver o rap de ilusão
Pros que pensam que vive o rap
Mas não sabem sua função