Vem e me abraça me leva
Pra beira do igarapé
Mapas escorrem das mãos
Que vão me fazer cafuné
A vida começa agora
Ilhas de mel, são rios de mel
Remansos e correnteza
Sertão das Águas
O amor quando quer é bater e valer
Inunda os dias de sol
Pode chover se quiser
Lá no sertão, quando vem a noite chover estrelas
Pingos de luz, são gotas de luz
Teus olhos na corredeira
Sertão veredas do Grão-Pará
Sertão canoa das populações ribeirinhas
Que vivem dos frutos da mata
E que não podem a floresta ver destruída
Não venha o fogo queimar
Nem trator correr, arrastar
Pra que a vida queira pulsar e correr
Rede que embala o amor
E lambuza de tamba-tajá
Lábios com fino licor
Sede de se lambuzar
O meu pensamento voa
Chega primeiro a minha voz
Cai nos meus braços
Aperta os laços, desfaz os nós
O grito dessas pessoas
No fundo dos seringais
Devia ser escutado
Em Beléns e Manais
Corre nas veias remar e seguir a viagem
Viver só carece coragem;
Esperança que a paz
Reine na floresta
Não venha o fogo queimar
Nem trator correr, arrastar
Pra que a vida queria pulsar e correr
Sertão das Águas
O amor quando quer é bater e valer
Inunda os dias de sol
E pode chover se quiser
O meu pensamento vai
Chega primeiro a minha voz
Cai nos meus braços
Aperta os laços, desfaz os nós
O grito dessas pessoas
Dos fundos dos seringais
Precisa ser escutado
Em Beléns e Manais