Sem Singular

[Verso 1]
A escuridão
Parece maior do que é
Quando agarra a tua mão
Quando cai a teus pés
A escuridão
Atraiçoa-se em ti
Dá-nos medo de ir
Andamos de marcha a rés

[Refrão 1]
Saber que tudo vai mudar
E nada vai ficar igual
Querer cristalizar o ar
Manter o mundo como está
Ou talvez
Mudar o que 'tá mal
Querer tudo ao natural
Viver sem singular

[Verso 2]
A intenção
É o que mais importa e não parece
Só a tem quem a merece
Se eu caio a vida desvanece
A solução
’Tá no cálice do saber
Não parar nunca de aprender
Dar mais do que se recebe

[Refrão 2]
Saber que tudo vai mudar
E nada vai ficar igual
Querer tripar o ar
Ar...
Ou talvez
Mudar o que 'tá mal
Querer tudo ao natural
Viver sem singular

[Verso 3]
Encontrei o caminho antes das lãs
Andava a tripar de lado, pensavam que era certinho
Todos enganados
Ainda 'pa mais fiz um álbum que não queria ’pa agradar a quem nunca soube nada do que eu sou
'Pa que é que aqui entrei se já não vou sair?
Temo 'pa caralho, a negar o que eu curtia
Com medo que o que tivesse 'pa dizer não fosse bom 'pa ter alguém a receber
Ou do que eu tenho 'pa dizer dar-te fome para comer
Com medo que se fosse estranho
Ficasse partido ao meio não voltasse
Desde '94 a ser o gajo do impasse
Abraço o meu estado tipo é merdas à nora
Mundo abraça a minha forma de existir
[?] é 'pa preguiça, hip-hop é solidão
[?] é ’pa preguiça, hip-hop é solidão
É fugir do banal, eu [?] dentro de mim uma mensagem que é vital
Seres mais fodido é um fado
Agora que já vos tenho desse lado
[?] não há paragem
[?] e parto para outra viagem

A fazer álbuns sentidos para não tripar os ratos
A razão falou mais alto, esperam-me voos altos
Eu que nunca fui da moda ’tou de saltos altos
Agora sente a trip era dissimulada
Mas agora 'tá quente, tipo metes a chapa que achava que não me interessava
Finalmente senti o que é chama na brasa