Sem fazer peso a ninguem

O que te faz largar um sonho e duvidar de ser capaz
Neste caos não há quem durma, quanto mais sonhar em paz
Vai bulir feito num oito, passa a semana inteira
Só à espera da noite da próxima sexta feira

Vida longa para os guerreiros, força às nossas mães solteiras
Que fizeram de nos homens, sem comida e com olheiras
Tu pões-te a jeito, sem medir consequências
Vê, por norma o nosso tempo acaba sem reticências

Ninguém vai salvar o mundo a ser tão pouco creativo
Trancado num cubo, sem ver mais que o seu motivo
Fuga a solo está na moda mas por mais que não entendam
Somos geração de nómadas sem laços que nos prendam

Corro o mundo e no fundo não me sinto mais distante
Por não largar um segundo o que achar ser importante
Como o lema que eu carrego sem esquecer a nossa virtude
Encho o peito e nunca nego honra, respeito e atitude

Refrão(x2):
Vou sozinho no caminho sem fazer peso a ninguem
Conseguindo dia a dia viver o dia que vem
Sem poder fazer asneiras, rasteiras são mais de cem
Mas descrença não me alcança, mãe descansa que eu estou bem

Tanto que o tempo sufoca vê que o fumo já nem toca
Não conta mais para a moca é só broca a trás de broca
No serão com os meus defeitos, como quem já não se importa
Vi homens nascer direitos, mas cedo a vida os entorta

Sente a pressão de quem modera o conflito
Quando aquilo que quero se afasta do que acredito
Se fico não me oponho, seguindo o que tenho dito
Porque aquilo com que sonho eu nunca vou comprar com guito

E guito eu sei fazer, cresci onde não vês um trabalho
E a refeição diária só vem da venda a retalho
Leva, pagas para a semana, sem juros mas com drama
Vitória é fechar fechar o olho sempre que deitar na cama

Dar um beijo à minha mama, voltar a ver as manas
E os meus putos crescem rápido, topa, já não os enganas
Sem dramas com os meus kambas que o prazer é um bom momento
Sigo em busca do saber para ver para lá do firmamento

Refrão(x2):
Vou sozinho no caminho sem fazer peso a ninguem
Conseguindo dia a dia viver o dia que vem
Sem poder fazer asneiras, rasteiras são mais de cem
Mas descrença não me alcança, mãe descansa que eu estou bem