Sala do Tempo

Grito num canto discreto
Poesias de concreto
Templo com espuma no teto
Vivo tão longe
Tento conhecer de perto
Tento correr pelo certo
Sei bem por onde
Não lamento desafetos
Silêncio me deixa inquieto
Folha em branco igual deserto

12 anos na sala do tempo
Eu não pereço
Recompenso o que não vem de berço
Chove bênção no meu endereço
Tinta preta escorre nos beiço
Eu aguento o peso em dizer o que penso
E não tem consenso
Clima tenso, o meu beck aceso
Esse mundo é imenso
E eu sou mais um

A alma na batida
Feito Olodum
De boas com o demônio
Programando drums
Cozinhando samples
Onde me alimento
Tempero de acordo
Com o temperamento
Sei do mundo lá fora
Vou olhar pra dentro
Hey, não curto muito isolamento
Mas dessa forma eu fico mais atento
Valendo a minha hora de confinamento

(Inaki)
Fala quanto tempo dói
A saudade de viver
Se matar sem dó
Pra minha alma se livrar, ya
Última dose eu volto
Então deixa a porta aberta
Vi que não tenho chance
Demônio da chuva

Com sonhos de um deus
Transformando matéria
Os beat é estado de arte
Só love com classe
Seu hate seu dislike
Tá errando os mandrake
Meus argumentos, meus fatos
Nosso talento é inato
Veio de berço o gingado
Horas de treino eu tenho
Anos na Sala do Tempo
No coração das cartas
Meu Ki concentrado
Fazendo o estrago

Demônio da chuva e Beef na área
Passando por cima de qualquer comédia
É que nossa voz te livra do tédio
Mano é uma pena, 'cês não têm remédio
Acha que é esperto com esses papo médio

Eu tô pelos meus juntando pro clã
Cês não vão morrer, vão multiplicar
Não podem deter Ice Neve, ya

....

Uh tererê, Uh tererê
Uh tererê, Uh tererê
Uh tererê, Uh tererê
Uh tererê, Uh tererê
Uh tererê, Uh tererê