Ahhhhhh, ahhhhhh
Ahhhhhh, ahhhhhh
Me empresta, por favor
Um pouco do ano passado
Quando um desconhecido
Ainda sentava do meu lado
Me empresta, por favor
Um pouco do ano passado
Quando um desconhecido
Ainda sentava do meu lado
Ahhhhhh, ahhhhhh
Ahhhhhh, ahhhhhh
Vivendo o mesmo dia
Já vão fazer dois anos
Perdendo a juventude
Chorando pelos cantos
Vivendo o mesmo di-i-a
Já vão fazer dois anos
Perdendo a juventude, e ah!
Chorando pelos cantos
Ahhhhhh, ahhhhhh
Ahhhhhh, ahhhhhh
Quero sair daqui
Quero sair daqui
Quero saída
Quero sair
Quero sa
Quero
Quero sa
Quero sair
Quero saída
Quero sair daqui
Quero sair daqui
Quеro sair daqui
Dois anos é pouco pro quanto eu envelhеci de raiva
Raiva de acordar e encarar o Brasil acima de tudo
Acima de todos, dos vivos, dos mortos e dos que estão no meio
No meio, desse limbo de pele e osso, terra e fosso, topo e poço
E é nesse limbo que a gente encontra o mínimo pra sorrir
Abrir a janela, ouvir aquela martelada do prédio vizinho...
E voltar pra dentro
Dentro de um mundo que ficou só na memória
Isso não vai passar
Isso não vai passar, não
Passa o Covid, passa a saudade...
Mas o resto
O resto é osso, fosso e poço
Sem topo. É isso que você topa?