Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Paula Toller
Sonhei que era uma rosa
Feminil e delicada
Acordei viril
Musculosa e inadequada
Sonhei que era uma voz
A propor belas falas
Não a rudez que tolhe
Em prosa que não calha
No andar
No pensar
No amar
Um eterno mal estar
Pra quê fui o amor inventar
Sou aquela que se entrosa
Com todos os meninos
Vigorosa e desprendida
Nas bandas da vida
Países não me explicam
Parentes não me abrigam
Poetas me perfuram
E palavras me penetram
No andar
No olhar
No tocar
Um eterno desejar
Pra quê fui o amor revirar
No feminino tímida
No masculino íntima
Sou de improviso lúbrica
De propósito rústica