Rotina

(Verso 1: Skraba)
Acordo cedo mó friaca, levanto, água no rosto
Compro, uma água no posto, uma bala, pra da um gosto
Faço uma oração agradecendo o dia a dia
Chego no destino, começa a correria
O dia passa lento, eu atrasado nas matérias
Penso comigo mesmo... preciso de umas férias
Saio do curso cansado, "morrendo" de fome
Penso no bonde lotado, escuto meu sobrenome
É um brother ou uma mina, querendo me acompanha
Na estação tubo, agente vai se separa
Passo o meu cartão, boto o fone no ouvido
Aquela reflexão, nessas horas que me inspiro
Centenas de faces, com diversas expressões
Pego, papel e lápis esboço anotações
Entro no ônibus, A formula mágica da paz!
Já me animo tá tocando Racionais
Olho pras pessoas, trabalharam o dia inteiro
Cada um com seus problemas, familiar ou financeiro
Entro no apartamento, não tem ninguém aqui
Tem mil fita pra faze, e não posso dormi
A rotina se repete, mas chega o fim de semana
Busco da um role que não gaste muita grana
Ir na feira da Ucrânia, trinca numa gravação
Free na praça da Espanha, risada com meus irmãos
Recomeça a semana, andando sempre apé
Acelerado e sem pressa, vejo uma maré
De gente no centro, caminhando estressada
Na rua mandando um RAP, acelero minha levada
"Curitiba desde sempre, minha cidade amada
Apesar dos apesares, não a troco por nada"
Olho pra porta quatro, avisto um camarada
Grito"Eai Chamba!", "Salve mano Skraba"

(Verso 2: Chamba)
"Eai meu parceiro, o que é que você conta?"
Tantas Vezes nessa rua que eu já perdi a conta
Eu cresci nessa cidade, mas a mala já tá pronta
Para conhecer o mundo inteiro de ponta a ponta
Mas tá na hora de volta pra minha realidade
A senhora faz alarde com essa insanidade
São seis horas da tarde e o busu tá lotado
Mais aperto no transporte do que atum enlatado
Aqui só tem guerreiro, todo mundo é igual
Eu só to, esperando chega o meu terminal
A linguagem corporal, bem mais do que 100 por cento
Mas para nossa senhora que ofereço meu assento
A passagem só aumenta a cada troca de estação
Curitiba minha casa de role no vermelhão
Satisfação ai meu mano por esse nosso encontro
Vô ficando por aqui que tá chegando meu ponto

(Verso 3: Skraba)
Agora fiquei só mas a ideia foi passada
Na calçada vários passam, para alguns sua morada
Hora de pico não percebem, tudo muito banal
Lixo, diferença e o semelhante como animal

(Verso 4: Chamba)
Muita, gente no centro sempre tem um conhecido
Enquanto, o próximo dorme no chão despercebido
Muita, iniciação para os poucos que concluem
Quanto mais a cidade cresce mais as pessoas diminuem!