Robótica

[Verso]
Engrenagens orgânicas, maneiras mecânicas
E atitudes automáticas
A mão estende sem obedecer o comando da sinceridade
E cumprimenta programados com formalidades
Calor humano foi trocado por frieza metálica
E não há peças de reposição pra modelos antigos
E o capitalismo opera o novo mecanismo
Condiciona a produzir sem parar, sem reparar o sistema
Dispositivos positivos
Pra solucionar problemas tão fora de linha
Equipamento emocional
É só o necessário pra continuar na linha
Todos à beira de um curto circuito
Overdose de informação vai causando conflito
No processamento de dados
E por sinal, só os negativos estão sendo processados
Fabricado em série todos eles se parecem
Estranha aquele que aparece e oferece
Uma visão diferente da que se vê
Na rua, no rádio, jornal, revista ou TV
Entre homem e máquina quase não há distância
Pois ela foi feita quase à imagem e semelhança
Mas parece que aos poucos o jogo se inverte
E o homem em máquina aos poucos se converte
Pensou que Eu, Robô era o filme do Will Smith
Mas é o que o chefe espera que seja se te admite
Se você permite que a tecnologia mundana
Te faça esquecer a parte humana

[Refrão]
É tanta coisa que te coisifica
É tanto código, mas ninguém se decodifica
É tanta coisa que te coisifica
É tanto código, mas ninguém se decodifica
É tanta coisa que te coisifica
É tanto código, mas ninguém se decodifica
É tanta coisa que te coisifica
É tanto código, mas ninguém se decodifica

[Outro]
Faço do meu canto a neura existencial
O conteúdo do cotidiano, o dia-a-dia da vida
A eletrônica está substituindo o coração
A inspiração passou a depender do transistor
O poeta de aço de poesia programada
É demais pra meus sentimentos, tá sabendo?