[Verso]
Há um corpo inerte no meu carro
Apesar do gajo não merecer a vida, eu não queria o resultado
Nunca pensei que o taco fizesse tamanho estrago
Tivesse semelhante efeito na lateral do crânio
Ao que parece, encéfalo dormente
São tão ocos estes cacos que ecos estilhaçam egos
E acontece que são lixo mentalmente
Tão básicos, bacocos com um soco nеm brincam com legos
Miséria intelectual е em terra de cegos
Quem tem mais que um neurónio, obceca com património
Foca o esforço em lealdade à pátria
Mas cospe no prato no que toca ao seu próprio matrimónio
É tão óbvio: síndrome de estocolmo
Num complexo processo mental que chega a ser cómico
É tão crónico: traumas de infância
Num rudimentar processo mental de um quase catatónico
Parece código, mas é só um contexto
Por oposição um manifesto, mas não um pretexto
Não é desculpa nem eu a mudar o texto
Só um cenário de fundo, não confundo com o resto
A culpa é mea e "in abstracto"
Se eu podia prever que do acto resultaria o facto
Mas apesar de ser tão claro
Não pesa a consciência nem me sinto minimamente culpado
[Refrão]
Não tenho prosápio nisso, mas admito
Provocou-me, eu cedi, porque não sou de granito
Ninguém fala com a minha dama dessa forma
Ou por norma, sabes que é Mario Puzo que eu cito