Preto No Branco

[Verso 1]
Boy já lá vai metade da minha vida nisto
Um sonho antigo no qual acredito, luto e persisto
Mantenho a minha fé eu sei que Deus grande
Boy confia, foi o que disse ao meu irmão Alexandre
Um dia vai ser tudo nosso meu puto
Um obrigado só não chega para eu te agradecer por tudo
Eu nunca vendi, nunca consumi, nunca fui detido
Tive essa sorte, infelizmente há quem não a tenha tido
Sou fruto de uma relação complicada e que deu errado
Fui criado na base da humildade
Miséria e pobreza eu conheço essa realidade
Casas a cair de podre e paredes com humidade
A minha Mãe começou a trabalhar com onze anos de idade
A vida não foi fácil e apesar das dificuldades
Eu sempre procurei um rumo e me mantive afastado
Das ruas, de tudo o que me pudesse por atrás das grades

[Refrão]
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que canto
Nada mais nada menos, vim para pôr o preto no branco
Preto no branco, preto no branco
Preto no branco, preto no branco

[Verso 2]
Já fazia uns beats, tinha uns 16, 17
Abandonei a escola, só queria fazer RAP
Uns quantos singles na tv trouxeram brilho
Atrás disso veio, ódio, inveja, estrilho
Era eu e o Aldicelo banca aberta EasyHits
24/7 focados no hustle dos beats
A tentar levar isto a sério, e a tentar ajudar a FAM
A ir buscar guita no WesterUnion, e no MoneyGram
Tive umas fezadas e houve quem acha-se que era dinheiro
Por ter aparecido com o Gutto e com a Sofia Ribeiro
Mas guita sempre foi escassa eu tinha força de vontade
Nessa altura eu vendia blocos de rifas na cidade
Para poder pagar as horas de estúdio
Gravar o meu primeiro álbum que me custou um balúrdio
Só que o people fala atoa, critica tudo e comenta
Opina, especula, e quando não sabe inventa, boy Fuck Them

[Refrão]
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que canto
Nada mais nada menos. vim para por o preto no branco
Preto no branco, preto no branco
Preto no branco, preto no branco

[Verso 3]
Determinado e decidido
Para alguns eu sou um ídolo, para outros sou um vendido
Eu passei anos contido, a ser crucificado e criticado
Sem ter feito mal a ninguém, e a ser atacado
Deixa-os dizer que eu sou soft e light
Porque eu não tenho nada a provar a ninguém, e para mim, tá tudo all right
Querem deixar-me na sombra e fazer de mim underrated
Manos são tóxicos como ideologias da extrema direita
E muitos deles nem são reais, estou à parte desses fuinhas
São desleais, nas costas dos outros eu vejo as minhas
E o que ouves também é fruto de extras em hotéis
Sei para onde vou e de onde vim, não ando aqui aos papéis
Acordar ás 6 da matina, chuva, frio e vento
O "Meu fado Meu" da Mariza nos ouvidos dá-me alento
E agarro-me ao meu talento, e luto sem receio
Tenho muito para dar e a jornada nem vai a meio

[Refrão]
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que canto
Nada mais nada menos, vim para por o preto no branco
Preto no branco, preto no branco
Preto no branco, preto no branco