[Verso 1]
Lá vamos nós, fazer nosso serviço de preto
Graveto e força, prata da casa de Gaza e gueto
Gaze, Soweto
Nazis, sou Eto'o
Soul, James
Bonde dos que vão de metrô
Retrô não trata dos games de rua
No pique esconde a "bolsa de valores"
Em hipótese alguma a ciência implanta respeito por prótese
Em prol da tese da união, um
E hão de convir que pela escravidão tamo dispensando a dó
Esse é meu acordo com outras castas, outros bastas
Não apelar pra cordas normais, se as vocais tão gastas
Gosto do gesto, "amar ao próximo que não aproxima"
A próxima da mente de quem se acha por cima
É rebaixar o tom de voz, clarear meninas
Mary KKK pros banhados à melanina talvez funcione
Meu desespero é que sempre acham lobos que queriam ta na pele de cordeiro
[Refrão]
Preto! Moreninho não
Preto! Moreninho não
Preto! Moreninho não
Preto!
Não me olha com essa cara por crimes que não cometo
[Verso 2]
Porque quem não tem chicote caça com chacota ou boicota os serviços
Põe cota para negros e tricota com mestiços
Põe "petisco do cão" num olhar para os atrevidos
Dispostos a justificar a subida dos vidros dos carros, caros
Fase ridícula de quem sonha acordar
"Fim da pegadinha" e cai a película
Não, não
Pega o rumo do norte
Aqui até gato preto vai deixar de ser símbolo de má sorte
Morte ou o filho do racista me abana
E a mente dele vira "capitania hereditária africana"
Já tinha o sonho de King, tenho outro;
Esse é bem mais modesto, é só parar de me olhar de um jeito escroto
Guarde sua grana e grama que come em pratos finos
Na fauna me enfurno, venço pelo eco dos hinos
Via afro, sem pegar "mão inglesa"
E o que levarem de você, reclame com a Coroa Portuguesa
[Refrão]
Preto! Moreninho não
Preto! Moreninho não
Preto! Moreninho não
Preto!
Não me olha com essa cara por crimes que não cometo
[Verso 3]
A coisa ficou preta, é Esperta e mutante igual o Spike
Li nos olhos da tempestade a coisa certa a fazer aqui
No "strike" dos pinos de coca vi que
Negatividade não vem de cor
Que só eu posso e me denegri no sol de meio-dia
Que vai onde o branco é luta
Lógica colonial
Aqui é o mesmo estatuto
Estado bruto, to correndo, não corando
Nem moreno, nem mulato
Trato de ir me movendo
Não to morando nesse corpo, namorando essa cor
Sou ela "fellas"
O lado negro da força, pontinho preto das telas
Reis e rainhas, do sertão a tribo
Ativo nas relações horizontais que dependem se é morto ou vivo
Procurado, agora pra cura
Revisão do acordo
De acordo com a cor da situação
Acordo todo mundo que odeia o Chris
E os que até o esqueleto sabem que são fodas
Em um único tom de preto
[Refrão]
Preto! Moreninho não
Preto! Moreninho não
Preto! Moreninho não
Preto!
Não me olha com essa cara por crimes que não cometo
Preto was written by Douglas Din.
Preto was produced by DJ Giffoni.
Douglas Din released Preto on Thu Nov 26 2015.