Presença Inócua

[Verso 1: NOIATT]
Fim da ceia quando o filho é esfaqueado
Falsos, dentes afiados esfomeados
Sanguessugas sem cieiro nunca saciados
Desafiam-te a seres fantoche, e andar sempre apiado
Desatinas com o Pedro Tochas, sempre sem piada
Sensível com pets, na hipocrisia competes
Sonasol na boca, Sapporo adoro, foca-te no lodo
Chora e implora colo engole o cloro
Notório modus operandi, consequências não medes, aumenta as meds
Internamente perdido nas labarеdas da vida
Lamentas perdas e assinas comеtas, fendas ou feridas
Na mentalidade intrínseca, o medo e a mentira mendigam
Na mente, uma imensidão de dúvidas
Lentidão na escrita cimentam a minha cripta
Elimino o cíclico sedentarismo atípico
Ligado ao universo eu estou num mundo perverso eu vou
Colecionar memórias ou glórias que o tempo não filtrou

[Refrão: NOIATT]
Respiro pouco ar puro
Transpiro o lodo que há muito
Me enrolou e fumou tudo
As cinzas são espalhadas
São poeira no teu orgulho
A vida é ultrapassada
E elevada ao seu estado puro

Não escolho lados impuros
O mau olhado é inculto
E a alma sente o insulto
Pessoas são forçadas
E as escolhas vão por impulso
Almas abençoadas
Não perdem tempo com entulho

[Verso 2: Ferry]
Desde as seis da matina quando a vida dá bom dia
Tipo que o frio dá pica para fazer a avenida
Nunca mais é dia 30 e a guita está a escapar tanto
O suor aqui só pinga e ainda vai escorrer para a sandes
Já sonhei levar avante, ter carros e casas grandes
Andar na Fendi e na Gucci e se que parar para brunch
Namorar com um rabo grande voar sem ter asas de anjo
Mas agora acordo à hora que um gajo deitava antes
Ontem não falava ao mano, pagou-me um copo e somos besties
É sim, amanhã chateio-me e digo "next please"
Ténis, comprei na feira nem fui à Lefties
Para apostar o que poupei em como marca golo o Messi
Tetris, linhas de crédito, assinaturas
É triste, guita para o médico te ir ao cu mano
Que é que se diz, quando o remédio é virar chuva?
Que o tédio aqui satura e o Ferry é caricatura, queres o que?

[Refrão: NOIATT]
Respiro pouco ar puro
Transpiro o lodo que há muito
Me enrolou e fumou tudo
As cinzas são espalhadas
São poeira no teu orgulho
A vida é ultrapassada
E elevada ao seu estado puro

Não escolho lados impuros
O mau olhado é inculto
E a alma sente o insulto
Pessoas são forçadas
E as escolhas vão por impulso
Almas abençoadas
Não perdem tempo com entulho