Postura Dura

[Intro]
Por muito que fraqueje mantenho a postura
E vejo que as facadas, foram a cura
Desejo uma luta, o mundo está doente
Onde o pai deu a fuga e a vida virou docente
A mente está confusa já nem usa o decente
E a alma aqui perdura, mas já não sente
Mas eu tento... mas já não sente

[Verso 1]
Vagueio no vazio onde anseio um sinal
Desde o inicio me pergunto como será o final
Tento procurar um rumo e pretendo encontrá-lo
Mas se o mundo fez-me frio, porque devo amá-lo?
Lá no fundo assumo que estou confuso à brava
Porque tudo pelo que luto um dia se acaba
Não creio na sorte, não acredito em nada
E tento ser mais forte ao entender a parte fraca
Porque quando caio a maior parte ataca
Mas quando venço a maior parte atraca
Convenço-me que essa maior parte é farsa
Que te espeta uma facada enquanto te abraça
Tento ser concreto a cada verso
Mas quanto mais cresço, mais me desprezo
Mais me disperso com o afecto
Já que magoas ao fazer o bem será que o bom vem quando peco?
Eu só peço, garra para o que canto
O interior está distante, já não sinto tanto
São dias negros sobre um papel em branco
Onde altos e baixos revelam o balanço
Vou aguentando mas está foda
Palavras não são ditas quando a verdade te sufoca
Naah, palavras não são ditas quando é a parte que lhes toca

[Refrão]
Confesso ser mais eu a cada linha, a cada ano
Com um rasto na memória que arrasto em cada mano
Vou perdendo mas ganhando, é assim a sina
E se a vida é uma obra, sou eu quem a assina

[Verso 2]
Porque na minha cabeça a inocência já não mora
E cada experiência forma a estrutura desta obra
A essência está em ser o que sou sem rodeios
Mas antever os fins antes de atingir os meios
Neste meio, a atitude é o rumo
Muitos querem o cume mas poucos sabem como
Entre o fumo entretenho-me com temas
E penso se me vou tornando mais humano conforme os problemas
Já não estranho nada
Sei que o que tenho vou deixar de ver porque viver mata
E venho a enlouquecer
Por não saber quando será a última jogada
A estrada é a mesma mas o panorama muda
E aqui a tinta derrama o que o meu ser acumula
Uma ajuda para o drama que vier
Que me fez perceber que o que vem
Nem sempre se quer

[Refrão]
Confesso ser mais eu a cada linha, a cada ano
Com um rasto na memória que arrasto em cada mano
Vou perdendo mas ganhando, é assim a sina
E se a vida é uma obra, sou eu quem a assina

Isto é Branco