Ponto Cego

[Intro]
A sua chamada não pode ser computada no momento.​
Por favor, tente mais tarde.​

[Refrão: Luso]
Estou em casa, só a tentar ligar pra ti
Mas não atendes, nem sequer escreves pra mim, dói
Pensando, baby, no que eu já ouvi sobre ti
Fico desconfortável por não estares perto de mim

[Verso 1: Luso]
Depois de algumas tentativas de chamadas emitidas
Ao não ser correspondido, mo, eu tive que escrever
Sei que foram ofensivas as palavras rеpetidas
Não fui nada comedido no que еu tinha pra dizer
É que vieram agressivas as mensagens transmitidas
E eu sentindo-me traído, poucos sabem o que fazer
Eu só não quero que tu vivas tão distante
Porque as vidas causam mágoas, o cupido que dá vozes ao prazer
O que sinto quando estamos juntos, fechados num quarto
Não minto que hoje foram muito distantes do trato
Pois pinto várias cores negras num branco retrato
Enquanto finto quem trocou as regras do santo contrato
Embora tenha ouvido tudo da boca de quem confio
Eu prefiro acreditar que tudo não passa de um boato
Mas [?] parece desafio
Quando nada te reserva alguns minutos de um contato
Eu quero ouvir a tua versão e as [?] que acendem esse fio
Porque eu sei que [?] às vezes só [?]
[?] tantas ligações por horas a fio
E essa falta de [?] deixa o meu mundo abstrato

[Interlúdio]
A sua chamada não pode ser computada no momento.​​
Por favor, tente mais tarde.​​

[Refrão: Luso]
Estou em casa, só a tentar ligar pra ti
Mas não atendes, nem sequer escreves pra mim, dói
Pensando, baby, no que eu já ouvi sobre ti
Fico desconfortável por não estares perto de mim

[Verso 2: YCI Walter]
Passaram quase três horas da primeira ligação
E, de lá pra cá, eu estive com o telemóvel na mão
Eu sei que às vezes me ignoras, mas depois da confusão
Nem dez minutos passavam, tu já tavas no portão
Dessa vez a divergência não te trouxe inteligência
Já comecei a ter coerência, por mais que digas que não
E nessa força de experiência, o resultado é consequência
Pode acabar em violência e com vários corpos no chão
É difícil dar ouvidos ou saber quem tem razão
Quando o telefone chama e simplesmente não atende
Imagino Jorja Smith, tu deitado no colchão
Provocando em outro corpo a chama que em mim acendes
Pra não estares a atender ou retornar o telefonema
De certeza deves ter um dos fulanos do teu esquema
Do teu lado a te entreter, no teu quarto ou no cinema
Nem que eu esteja a te comer, isso pra mim já não é dilema
Podes ficar com o porco enrolado em qualquer lama
Pois do porco eu já me basto, mas que é perto do serviço
Quer dizer, ele diz que o corpo que ele abusa na cama
Fará desse mecânico um assassino em serviço

[Outro]
O número para o qual ligou está desligado ou fora da área de cobertura da rede.​