Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Barão Vermelho
Quando parece não haver um jeito novo ou diferente
Um jeito novo ou diferente de não ser igual aos chatos
Que você conhece
Quando aparece na TV um político metido num óculos de míope
Falando sobre a fome e a miséria, discorrendo e descrevendo
Sem dar um solução
Quando você chora de angústia e de dor
Pelo corre solto e sem vergonha
Pelo jogo preparado, pelo xadrez padronizado
Ou quando o seu sonho se desfaz em desesperança
Feito o presidiário morto sem saber
Morto sem saber na multidão de uma cela superlotada
Porque você não escreve
Pra coluna do Tio José
Ele responde tudo
Qualquer pergunta que você quiser
Quando os padres-nossos rezados na igreja
Não lhe atende o pão pedido, não lhe atende o pão pedido
Para aqueles oito filhos escravados na favela
Quando no palácio o banquete de mil talheres
Abundância não comida
É comida pelo caminhão do lixo dentro do negro
Pacote plástico de madrugada
Ou quando você vence o urubu do vestibular
E rala de boteco em boteco, de boteco em boteco
Pedindo ao português, ao espanhol um lugar de cozinheiro
Porque você não escreve
Pra coluna do Tio José
Ele responde tudo
Qualquer pergunta que você quiser