[Verso 1]
Serendipidade ainda 'tá por lapidar
Em cada lápide há uma parte daquilo que o meu lápis traz
Tento não apagar uma palavra, mas o hábito dá-me
Mais dúvidas e quanto pior na vida melhor na arte
Caixa do Xanax já não serve só p'ra enfeitar
A minha cabeceira é um caldeirão de como enganar-me
Só p'ra suportar, só passou por cá
A felicidade em laivos
Para relembrar que a queda nos vai devastar
Nicotina nervosa não lhe chamem soft pack
Eu vi que tinha na prosa fuga, nunca um bounce back
Na penumbra dou-lhe à Tyler olha o sunset
Mesmo que eu sеja mais como a Lana, Summertime Sad
Ainda visto a cara mais cara só para escondеr a podre
Que ia mandar p'ra o caralho o meu patrão e o people todo
E dar a golpada grande ter uma casa no monte
Afasto o nefasto da dor e ligo o sintetizador
[Verso 2]
Dói-me a consciência como um parto sem cesariana
Eu parto sem cessar e ando a
Ver se cada fantasma que ciranda
Se ofusca e se engana
Num barbitúrico e sussurro avé Alprazolam bruh
A minha almofada viu mais pânico que um desastre aéreo
Logo eu não posso trazer festa se o assunto é sério
Ando algures entre o génio e o assassino em série
E a presunção de um narcisista de que todos me devem
Tento tornar esse meu pequeno tornado
Em palavras adornadas ditas no tempo, sou escravo
Até do beat reparo, falta-me um rebite, reparo
Mas é claro que do compasso nunca me vou libertar
E se um dia eu puder ser eu e tu me aceitares
Talvez esteja tudo no lugar ou mais fora do que pensámos
E se um dia eu puder ser eu e tu me aceitares
Talvez esteja tudo no lugar ou mais fora do que pensámos