[Verso 1]
Passo o dia a olhar o Sol
Ofuscado pela ânsia da salvação
No tumor da chegada desse momento
Em que tudo será dito
O coração bate-me ainda
Mas não posso chamar vida a esta inércia ante o punhal de dor
Que me aponta o destino
A Terra não é mais um lar
É apenas o lugar de um desconforto crescente
E de uma solidão cada vez mais cruel e sem fim à vista
[Refrão]
Continuo, pois, a olhar o Sol
A ver a dança das manchas negras
Que se formam nas retinas prenhas de luz
E desisto de pensar
[Verso 2]
As histórias do passado surgem nítidias em catadupa
Trazendo com elas a dolorosa saudade
Do tanto que ficou por fazer
Olho em volta, com falta de ar
A dar folga ao aperto que me asola
Mas as paredes vidradas do "bunker"
Reflectem-me a ironia
Queria tanto morrer em paz
Entre os braços da minha amada
Mas dela apenas restam memórias e vazio da ausência
[Refrão]
Continuo, pois, a olhar o Sol
A ver a dança das manchas negras
Que se formam nas retinas prenhas de luz
E desisto de sentir
[Outro]
Não quero mais sofrer
Não, não, não quero, não
Não quero mais sofrer
Não, não, não, não quero
Não, não quero mais sofrer
Não, não quero, não, não
Não quero
Não
Não
Não quero mais sofrer
Não
Não
Não quero mais sofrer
Passo o Dia a Olhar Para o Sol was written by Adolfo Luxúria Canibal.
Mão Morta released Passo o Dia a Olhar Para o Sol on Fri Sep 27 2019.