[Verso 1]
Sai da frente, que o mar de gente
Tá inundando e o asfalto tá quente
Onda violenta
A praia é livre e o assalto é frequente
Se suja de areia
Se sobe, desce do salto
No alto não tem pareia
Êa! Morro ou mato!
O mato que vocês matam
Pra fazer condomínios
Eu tô farto desse maltrato
Pra viver com domínios
Constroem celas, e elas
Só vão trazer extermínios em vocês
Nunca estarão livres
Em seus presídios, não!
Se a cabeça tá cheia
E a barriga vazia
Prepara a santa ceia
Minha fome é heresia
Vai no sarau e é peia
Bem vindo a burguesia
Acha a miséria alheia
Linda, viva a poesia
Ninguém se importa
Muito menos se porta
Por muito menos
Todo veneno
Escorre das botas
Se a paz é um peso morto
E a balança tá torta outra vez
A guerra bate a porta de vocês
[Pré-Refrão]
Quer ver Deus do céu no alto do morro camarada, paga pra ver
Pra ver o poder nos braços do povo camarada, Paranauê!
Quer ver Deus do céu no alto do morro camarada, paga pra ver
Pra ver o poder nos braços do povo camarada, Paranauê!
[Refrão]
Olhe nos olhos profundos daquele moço
Que não tem nem dinheiro pro almoço
E você só enxerga seu bolso
(O lixo do luxo é ostentação)
E todo esse povo no alto do morro
Sobrevive no fundo do poço
Com a desigualdade até o pescoço
(O Brasil é pra todos? Num é não!)
[Verso 2]
Sem estudo o mundo é quadricular
Assim fica fácil de manipular
Deixa mudo e surdo
Pra não articular
Controle remoto versão popular
Só vê a TV, só nunca se vê lá
Smart é de Marte e faz parte do lar
Te cega quando se enxerga num só olhar
Te pega no seu universo particular
Que eles criaram, te alienaram
Te escravizaram e isso não é só!
Direitos negaram, escolas fecharam
Descaso do estado, cada vez pior
A desigualdade em toda cidade
A necessidade em cada farol
Com pouca idade
O futuro presente na grade
Morrendo sob a luz do sol
Não querem o nêgo pensando
Pois se o nêgo pensa
Descobre a força que tem
Quem tem pisa em quem não tem
E a ignorância
É um grande negócio de alguém
Alguém, que usa um ninguém
Por que lhe convém
Ser maior pra esmagar o menor
Nos roubam a dignidade
E de boa vontade
Nos vendem um mundo melhor! Só!
[Pré-Refrão]
Quer ver Deus do céu no alto do morro camarada, paga pra ver
Pra ver o poder nos braços do povo camarada, Paranauê!
Quer ver Deus do céu no alto do morro camarada, paga pra ver
Pra ver o poder nos braços do povo camarada, Paranauê!
[Refrão]
Olhe nos olhos profundos daquele moço
Que não tem nem dinheiro pro almoço
E você só enxerga seu bolso
(O lixo do luxo é ostentação)
E todo esse povo no alto do morro
Sobrevive no fundo do poço
Com a desigualdade até o pescoço
(O Brasil é pra todos? Num é não!)
[Saída]
Quer ver Deus do céu no alto do morro camarada, paga pra ver
Pra ver o poder nos braços do povo camarada, Paranauê!
Quer ver Deus do céu no alto do morro camarada, paga pra ver
Pra ver o poder nos braços do povo camarada, Paranauê!
Paga pra Ver was written by RAPadura & Carlos Caxaça.
Paga pra Ver was produced by Carlos Caxaça.
RAPadura released Paga pra Ver on Fri May 08 2020.