(verso 1)
A nova onda é quem rende mais, quem vende mais...
Nem ligam mais pra geração que eles tem influenciado
Vocês tem colocado merda na composição
Mas por aqui classificamos o seu Rap de prensado
E a indústria usando isso como combustível
Continua mantendo esses vermes ovacionados
E o Rap de verdade deixa de ser consumível
Porque cê não ouve sem lembrar que lá no fundo a gente tem vacilado
Eu sei que eu tenho oscilado, é que o jogo me consome
Fiz uns shows lotados e vi minha humildade sumir
Mas voltei a sentir fome quando colei numas batalha
E vi uns menor se emocionar só por ter vez no microfone
Naquela hora toda dúvida sumiu
Voltei pra casa e assumi comigo mesmo um compromisso
Seja pra cinco pessoas ou cinco mil
Antes de cada show eu sempre vou lembrar porque ainda faço isso
(refrão)
É minha vida, arte e poesia, bota na batida
Vai ver que eu sou sincero quando tô no microfone
Ta tudo no meu nome, qual é mesmo meu nome?
Não se esqueçam meu nome ainda é Hip Hop!
(verso 2)
Puis seu público alvo num cesto: “Voltamos a colher algodão?”
Não, alvos mesmo. Não superamos a escravidão
Se os preto tem se matado, a polícia tem nos matado
E noiz brigando porque uns branco tão com cabelo trançado
Mentalidade de escravo, cansado e irritado
Chorando no banheiro do trabalho... Escravo
Pensando em mudar o jogo, então porque cê tem esperado?
O mundo não te fez promessas, se lembre desse ditado
“ingenuidade minha né?” Querer fazer grana com rima na era do Trap, Yeah, Skrr...
Sei que parece arriscado, nada demais pra quem na infância foi isca de jacaré
Isso é 2017 onde umas festas de Rap tão parecendo mais episódios do Game of Trhones
Ou cultos pra algum deus nórdico
Sei que somos reis, porém somos escravos do nosso próprio orgulho mórbido
(refrão)
É minha vida, arte e poesia, bota na batida
Vai ver que eu sou sincero quando tô no microfone
Ta tudo no meu nome, qual é mesmo meu nome?
Não se esqueçam meu nome ainda é Hip Hop!
(verso 3)
Não se engane que essa porra é o discurso do Chris no Oscar! E eu sou Virgil Hawkin nas Docas
Na estrada pra Damasco esse som é a luz que te toca
Se eu sou a favor das cotas?
Meu bisavô foi escravizado e... Eu tenho memo que te dar uma resposta?
Poder contar as notas não diminui minha luta
E se eu virar as costas o passado me munta
Eu faço parte das muitas pessoas que foram taxadas como tudo de pior
Você sabe quanto isso custa?
É embaçado
Botaram minhas irmãs na propaganda e acharam que era fazer muito e que pra noiz tinha bastado
Cobram patriotismo se chamam o país de mãe, mas até ontem ela própria me chamava de bastardo
Lembra quando faltou arroz, feijão e respeito pra nutrir o amor no armário que tava sempre escaço?
Danos mentais de fato, hoje eu sou cleptomaníaco, deviam agradecer que eu to roubando só o espaço
(refrão)
É minha vida, arte e poesia, bota na batida
Vai ver que eu sou sincero quando tô no microfone
Ta tudo no meu nome, qual é mesmo meu nome?
Não se esqueçam meu nome ainda é Hip Hop!
Pra quem nunca viu progresso, até que eu cheguei longe
Vendedor de Sonhos
Orgulho was written by RT Mallone.
Orgulho was produced by Everton Beatmaker.