Orgânico

[Letra de "Orgânico"]

[Verso 1]
'Tou no bules sem fazer nada
Porque não há nada p'ra fazer
Mais valia tar em casa
Mas 'tou aqui porque tem que ser
Começo por dar à pata
Há muita street pa conhecer
Há paisagens para ver
E muita tasca p'ra beber
Vou fumar uns picas
A contemplar as vistas
Afastado do local
E dos colegas intriguistas
Em todo o Portugal
Nas cidades, ou nas terrinhas
Represento STB style
E já sabes qual a família
'Tou prós lados de Bragança
Com afirmação Sadina
Na humildade, sem arrogância
De boa fé e simpatia
Por isso, eu tenho confiança
Por onde as minhas patas pisam
Não sou mau, só porque sou
E só sou bom prós que a inspiram
Atitude de perseverança
Com quem nem toda a gente lida
Mantêm-me à distância
P'ra que eu siga e não me fira
Ao ponto de a desgastar
Ou a acabar deixar perdida
Não dá pa desleixar
Já que a integridade é minha

[Refrão]
Os tempos mudam
Mas eu continuo o mesmo
Há falso números
Mas reais tão no terreno
Eu sou orgânico
Como a terra no seu pleno
'Tou aqui pa trazer frutos
E p'ra que não falte o sustento

[Verso ]
Não acredito em nada
Porque não há nada que me credita
Tento não ser ilegal
Mas há sempre algo que me motiva
Eu sei, há que ser bom
Mas não tentes tirar a pinta
Faço-te engasgar com o Dom
Eu trago o ganho e o que amplifica
'Tou na rima, que simplifica
Tudo aquilo que é a escrita
REVO-T é aquele que dita
Verídicas histórias da vida
Haja quem exprima
A realidade de forma precisa
A verdade que ninguém o faz
Como o Pedro Vaz e o Zé Guima
Isto podia ser mais cómico
Mas não faço piadinha
O que eu rimo é icónico
Vira histórico da lírica
Puxa-te pelo miolo
Faz dele, açorda de galinha
Acorda a malta que te apoia
Até que um dia te cague em cima
No mesmo sítio
Podes-me ver na mesma esquina
Real, leal ao meu peeps
E de surra a fazer guita
Já não 'tou criminal
Glória a Deus, 'tou noutra vida
Agora aguento a trabalhar
Até encontrar outra saída
Não quero ser mau exemplo
Para as crianças da família
Quero devolver a esperança
E partilhar a sabedoria
O Zé não engana ninguém
E também te diz como é a vida
Se tiveres que ser malandro
Aprende a ser e não dar espiga
Dar tempo ao movimento
Para por um momento nigga
Ainda que custe o lucro
Pior é o embuste da justiça
A sociedade é fria
Julga mais do que aprecia
A forma como um digra
Se sujeita e suja p'ra ter guita
Ninguém respeita
Ti co txiga la na riba
E se tu deixas miga
Ainda te põem a mão em cima
Da mesa que tu jogas
E apostas na partida
Já que a vida é um jogo
Batota faz parte da vida