Olha À Volta

[Intro]
Olha à volta
E na volta voltaria a querer-te

[Verso 1]
Olha à volta eu passo aqui
Sinto a falta eu vinha ouvir
No cilindro do globo
Tenho a pauta do que vi
De menino que o miolo
Foi algo que eu ergui
E a receita desse bolo
Ainda nem a estabeleci
Mar é água
Magoar é casca ou carapaça
Vinho é água
Mágoa devasta a nossa raça
Fico em casa
Sinto a ausência, o tinto contrasta
Confuso tonto mas passa
No fundo pronto com a traça
Avisto um corvo sem farsas
Voando em torno as asas
São fonte de litros de esperança
Sem pontos como lembrança
Livres como uma dança
Expressivos tal a pintura
Equilibrados tipo balança
Frágeis como a cultura

[Verso 2]
Olha a volta vejo mudo
Cego surdo erro
Vejo eu tudo meto outro
Verbo
Acrеdito no futuro eterno
O resumo еu nego
Palavra do caderno
Que me apeguem ao assunto sério
Entre oceanos e deserto
Ansiamos de certo
A extinção pela extensão
Do nosso intelecto
Marés de água dão à costa
Areia extraída da rocha
Somos a terra do amanhã incerto
Tanto de complexo como incompleto
Falas sem nexo
São mesmo para o ator esperto
Viver por adereços, deixam te logo sem anexo
Numa vida interesses
Não interessa o context
Mete a farda e mexe-te

[Outro]
Olha volta vejo o mundo
Tou no túmulo, quero
Sentir a luz que me ofusca
O meu corpo inteiro
Dentro do abismo avisto corvo
Voou de novo
Levam todo o ar que me mantém