[Verso]
Da mão que bate e machuca
A si mesma pra ensinar
A pele seca que apanha
Lágrimas vêm pra molhar
Salgado é o gosto da dor
Também é o gosto do mar
Doce, as águas dos rios
Nem todas são pra nadar
Baby, eu vim pra quebrar
A correnteza só leva
Quem não souber segurar
Ou quem se joga de uma vez
Porque sabe onde quer chegar
Se souber remar, se vira, desvia
De corpos que vêm pra atravessar
Tudo bem!
Cada um no seu canal
Cada qual com seu quintal
E no meu canto, eu canto
Com o eco do vento formando um coral
Que beleza!
Inspiração pra um ser
A água é bela
Mas não bobeie, a onda pode engolir você
Vim pra desbravar o mar
Não pra ser MC de aquário
Trecho de uma vida loka
Cada linha é meu diário
Paro, penso: existo
Não tô boiando, truta!
Só comparações que ajudam refletir minha luta
A glória ao Pai, à filha que sempre soube trabalhar
Inveja existe, mas efeito em mim nenhum surtirá
Tem o triplo que torce por mim
Quem é zika de verdade
Sabe que existência nunca tem um fim
[Refrão]
Como vou deixar de ser o que sou
Se o que eu nasci pra ser é isso?
Com a bença de mãe Odoyá
Lágrimas que vieram pra lavar
E pra salgar a minha dor
Vem salgar
Como vou deixar de ser o que sou
Se o que eu nasci pra ser é isso?
Com a bença de mãe Odoyá
Lágrimas que vieram pra lavar
E pra salgar a minha dor
Vem salgar