Oak

[Verso 1]
Duas luas brilham no meu céu
Por isso que eu não quero ser uma estrela
Sou tão sujo quanto as paredes da suas gavetas
Vou por dentro da sua camiseta
Percorro tua face quando te acertam com a baioneta
E ai do homem que não enxergava
Até se encontrar dentro dessas minhas letras
É o fim, e ela acelera no Gol sapão
A gente não tinha mais ligação
Eu já nem tinha mais inspiração
Ainda sinto sua respiração
É engraçado como as coisas são
Sempre no final de uma relação
Os laços multiplicam traumas
Esse é o mal da geração
Beba do copo das minhas dores, ei
Das Trevas extraditado, ei
Tenho vários predicados, ei
Sou poesia que engana teus olhos
Teus ouvidos são portas pra alma
Quando canto, sei o que se passa
Dentro dos teus olhos eu enxergo tua carne

[Ponte 1]
Desde que a vida me deu visão
Enxergo uma certa divisão
Não é ilusão, não
Cês tão precisando de revisão
Desde que a vida me deu visão
Enxergo uma certa divisão
Não é ilusão, não
Cês tão precisando de revisão

[Verso 2]
De fato a vida não é bela quanto você pensa
Peso meus olhos enquanto enxergo
Por hora me encontro cego, nego
Por mais que isso seja uma doença
Faz parte de mim
Como a vontade de pôr um fim
Em tudo que move meu globo
Na direção do fogo, na direção do jogo
Mas não tem a ver com fogo, é gasoso
E o pecado é tão gostoso
Quanto se cortar com lembranças de mais um final amoroso
Mal visto nos tempos de escola
Decepção nós vivemos
Desde 2-0-1-0, a crise supero
Sempre quero mais do que suporto

[Ponte 2]
Todo tipo de padrão é meio chato
Como se sentir acomodado
Dá meu brinquedo de rabiscar
Pra eu assinar logo esse contrato
Da árvore sou só um galho
Te apresento o jogo e te travo
No tempo, sei dos seus mistérios
Então me chame de Professor Carvalho

[Verso 3]
Brindando perdas com vinho tinto
No copo, gotas, beijando bocas
Enquanto eu minto, me sinto alto
Abraço dores, te compro flores, prometo amor
Detesto teu jeito, logo te rejeito
Na cama que eu deito eu sinto cheiro
E as marcas de lágrimas aqui nesse travesseiro
Diabo de saia que fugiu da cela
Parou na minha sala, deixou a sandália igual Cinderela
Mas o romance tá mais pra Bela e a Fera
Seu sutiã com a cor do meu sangue
Guardado pra quando você devolver
Minha camisa da Blunt e o moletom XXL
Não preciso dizer a quem se refere
Linhas que rasgam poemas são
Válvulas de desintoxicação
O mundo tá julgando a precipitação
Mas eu não tô seguindo a peregrinação
Eu quis ser são, perdões não vão
Trazer pra si elevação
Se abriga nos braços de alguém
Porque eu sou a bala e você hoje é Kurt Co...