O Que For Preciso

[Verso 1: Pestana]
Sempre fui o mesmo, normalmente fumo uma sem sequer sair da cama
Adormeço enquanto acordo a mente, assim é a saga do Pestana
Fiel à fabula que te relato sem programa, fel da bilis não engana
Sai do armagurado o cuspo
O copo nesta mesa com certeza
Será liquida crueza que tu vais servir a custo
Palavras nunca foram belas mas reais pedes mais para ti sempre justo
Estes são os meus tratados rimas porcas e aos bocados
Amarrotadas e deixadas em caixas de sapatos
No fundo da cave еscura, húmida, paredes sujas
Vocábulos que à babuja balbo o cio na pеnumbra
Vamos ser sempre a sujeira que vocês limpam com fervura
Na esperança que no fim já não vá restar nenhuma
Mas a mancha já não sai somos eternos nas paredes
Podre a diluir o sangue e armados até aos dentes

[Verso 2: Rub]
Boy eu bebo a birra toda rimo até que a buba bata
Sempre bruto em beat ou battle qualquer byter sai de maca
Sem bater eu deixo marca tipo morte de quem se ama
E deixo o top pa quem ressaca pela sorte ou pela fama
Sente a fome de quem declama e vem dar voz a quem reclama
Enquanto termino esta trama onde extermino azeiteiros
Putos vão ficar de cama e tu devias ir de cana
Pela gana com que aldrabas aquilo é verdadeiro
Tu não pises no canteiro onde tu não foste bem vindo
Que eu sou porreiro ate sentir que tenho de ser mais que ouvinte
Até lá não sinto muito a não ser aquilo que rimo
Se queres diss eu sinto muito deixo-te a falar sozinho
No fim não há concerto pa loucura que aqui meto
Se me querem num concerto é pa haver limpeza de sebo
Há merdas que eu não percebo e não me culpem por isso
Pretendo manter-me cego perante tudo o que for postiço

[Verso 3: Vácuo]
Perante o que for postiço eu faço o que for preciso
Se é pa cuspir como esquizo sou quem surge com tom mestiço
Deixo assunto em pratos limpos o que te estigo é bom e digo-te já
Nunca fui o finjo só combino quem eu sinto que há
Abre as portas mas não te arrependas
Porque aqueles que viram costas nunca mais os vês à frente mano
Tudo tem o seu tempo mas lutas como sempre
E a luta é consistente pa ver lucro em cores de verde
Sou mais puro que o som que vendo
Bro caguei pa essas andanças se tou confuso encontro sempre
Dicas nunca pensei antes
Mas avanço em consequentes nunca canso boas lembranças
Planto o filme como sementes boy o deal não é ver se te cansas
Boy o skill não é ver se danças baza só do nosso move
Rimas destas queres quantas tenho um book só de atitude
Já vi muito e pouco vi no mundo onde o mais louco vive
Isto é purga e o monstro disse que hoje a tuga vai de piço
Peace!

[Verso 4: Mura]
Boy tudo o que eu preciso é beats pólen no meu piso
Disse tudo demasiado concreto man pa ser um sneak diss
É quase uma bonus track sente o kick
Chapadão à Rick Flair sente o beat
Sente o choque que eu debito no meu bloco
Decapito com guilhotinas
Fecha os olhos boy que isto mete nojo
Sente a nossa tropa
Gasta nota se queres a prova hoje
Isto são flexões socos na carola
Boy eu tiro os pombos da cartola
O que não me faltam man são opções
Esta merda é dada como
Não tivesses ouvido nada com palavras ponto
Aqui fechamos a casa ate fazer um clássico ouve
São duas horas com 16 barras
Com algumas voltas mas são sempre claras
Essa é a nossa escola doido
Deixo o place tao aberto pa conseguir marcar um golo
É assim que eu bulo no meu trono
E bafo um stone e puff.. transformo-me so num monstro