Nem Bom, Nem Mau...O Anormal

[Verso]
A ternura dos 25 é abstrata
Perdi-me nas datas
Hoje o meu quarto é um mapa
Três livros na cabeceira, com páginas em branco
Tingidas com a cor da minha vida
Numa tarde soalheira, oiço o ruído do soalho de madeira
[?] durante o mês
Com weed à minha beira, nem me mexo
Acalmar, ler e repousar
Inspirar, creio que fumar é para viajar
Dou 20 bafos sem respirar
A capa que protege o meu livro tem tons castanhos
Mesmo [?] a minha pele são tão estranhos
Tão cedo daqui não saio
O meu quarto é um tubo de ensaio
Mesmo deitado agarro-me senão cai os meus business
Os meus paradigmas
Pouco capital, dose de enigmas
Sem número de películas
Nem bom nem mau, o anormal
Nem bom nem mau, o natural
Durante noites e dias
Aumentem-me a fasquia
Para conhecer a lua preciso de um guia
Fantasia, escorrega-me da mão como uma enguia
Noites húmidas, escorregadias
São noites únicas, noites vadias
Não saio da cama
Penso na vida, penso no que não anda
Na minha cama, o suicídio não manda
À direita a janela
À esquerda uma tela
À frente uma vela
Atrás das costas fico quente como lençóis de flanela
Não vivo uma vida, minha cabeça é um satélite
As minhas rastas são hélices
Deixem rodar os hélices
30 mil beatas
69 latas
87 garrafas
Um briol do caraças
Oito côdeas de carcaças
Conto 77 baratas
44 marcas desenhadas na minha pele com facas
Vida tem três etapas
A face, o conteúdo e a contra capa
Sangue é a tinta para a minha carta