NCLD Cypher é um projeto do Coletivo NaCalada onde em cada episódio, 4 MC’s de estilos distintos são convidados a destilar suas rimas e técnicas em produções do Dactes.
[Verso 1: Noblah]
A flor da pele como um risco na parede
Marcante como uma tag a arte mata minha sede
Sobrevoo no meu disco, daqui vejo que na impunidade estão exercendo podres poderes
No caos renasço, me aprimorando em cada passo
Buscando novas chaves para velhos cadeados
Povo já ta cansado carregando tantos fardos
Observo e não me passo, as ideia de soma abraço
Vasto, arsenal bélico de amor ecético, pro estado genocida, sangue que derrama é mérito
Sádicos não entram nesse manifesto, vai ser cobrado, cada ata é pelo certo
Sou um ser livre como inspiração de um quadro, no seu quadro não me enquadro porque eu sou um ser falho
Letras de um diário, desabafo diário, e a visão aqui é outra sem mundinho imaginário
Virei a esquina da ilusão dei de cara com a real, botei o pé no chão e vi que era desigual, totalmente banal, preconceito a todo tempo
Pré-julgamento mais amigo de que o vento
Olhando só para fora fica embaçado ver lá dentro, alicerce sustento
Humildade é fundamento, é preciso ta atento e vigiar, de boa intenção tá cheio aquele lugar
[Verso 2: Bulldog]
Na caça desse ouro nem que seja preciso arrancar seu couro
Minha mente arquiteta uma rua deserta, paredes fantasmas e um preto fosco
Se a rima não presta, parceiro, nem ouço
Ináses e suas peças, dinheiro ta osso
Sessão de freestyle é corda no pescoço
Bulldog, desgraça, ta ficando louco
São linhas de raio em linhas de soco
As puta na caça, bagui cabuloso
Estoura o caixa, dinheiro ta pouco
Pra crescer na vida e manter o conforto
Foda-se playboy espaçoso, meta no seu cu sua droga e seu Malboro
Aqui canta miséria e comemora em couro
Favela resiste, não leva desaforo
Montanhas escaladas no prato, rumo ao próximo ato
Cuide do seu próprio nariz se não será prejudicado
Julgamento apelatório e um mano judiciado
Vendo noticiário, não era latrocínio quem mandou reagir ao assalto
Sumiram com irmãozinho e isso nem foi noticiado
Propagando matança, a milicia abraça armado do estado
E nós que é condenado enquanto o lado branco sempre é inocentado
Tudo errado e você digitando "Fora Temer" ai sentado
Sai da internet, Cybernet, revolucionário
Brasil, desgraça, minimo salário
[Verso 3: Senpai]
Sem apito nem reserva, apto pra titular
Boto as verdades pra articular
O rap é a partícula que dá mais aula que escola particular
Me transformando no guia do público
Escalo a montanha na busca de paz pra Ohana
Na vida Montana sou Tony não Hannah
Amo açúcar, odeio os cana
Senpai Afro Samurai: versado é corte de Katana
Escrita é meu processo lúdico
Meus ancestrais escravizados desde o passado pesado em pecado assim julgados desde que passaram os anos
No mercado marcado, no estado largado em estrago, querem ser respeitados sem ter que ser o Lázaro Ramos
Nos planos; presentes para povoar mas presenteados com pólvora
Sangue correrá por nossa cólera
São corregos prateados imundos nessa escória
Somos letrados feitos com sangue de Dória
Os Ponteiros Voam Como Jatos e o tal do Senhor do Tempo nunca foi o meu parceiro
Será que o privilégio de resguardo é válido já que sou só mais um depois que dou boa noite ao porteiro?
Mate o tédio, buscamos a droga certa
Nossa diversão não veta o ódio, só trema se cortar a festa
Pensamos que morte é a brecha
Hey de olho azul, toma no cu, diz se pra tu viver é tabu e as porta fecha
[Verso 4: Débora Evêquer]
Caminhando em Salcity da pra ver que a cena é triste
Pra cada menino preto o crime traz seus convites
São fetiches suprindo as necessidades
Peto mata apartamos a escória de todo esse trabalho
De Sussuarana a Brotas as onças se cria
Na selva de concreto matam um branco por dia
Vivendo nessa selva aprendi ser correria
De todas as respostas encontrei autonomia
Pan-africanismo é a chave das grades capitalistas
Esta presente nessa letra cada morto na chacina
Esta conosco a todo tempo os mortos pela policia
A paz está no cemitério e o caos na periferia
Sistema prisional sustenta a economia
Rui Costa aumenta a frota e aqui sangra todo dia
Salvador cidade túmulo em estado genocida
Aqui morreu mais um, era bandido disse a mídia
NCLD Cypher Ep. 5 - Noblah, BullDogg, Senpai, Débora Evêquer was written by Débora Evêquer & Bulldog & Senpa.
NCLD Cypher Ep. 5 - Noblah, BullDogg, Senpai, Débora Evêquer was produced by Dactes.
Dactes released NCLD Cypher Ep. 5 - Noblah, BullDogg, Senpai, Débora Evêquer on Mon Jan 15 2018.