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[Verso 1]
Nada mais traduz o que eu sinto
Somente o som que reproduzo deste meu conflito
Eu necessito dessa força toda quando estou aflito
Tenho poder de modular o que chamo de instinto
É como um grito, que te acorda sem ter mal humor
Afaga igual canção de amor
Apaga todo seu rancor
Bate o tambor e marca o passo
Faço o meu traço, se encontrar minha tirstesa
Mande um abraço, porque eu não ligo
E ela vem me visitar
Com seus filmes, discos e livros pra ler
Talvez eu me preocupe se a pena valer
Preferível viver, não só sobreviver
A escolha quem faz é você
Respeito o verbo ser
Procuro o que eu sou, buscando além do que restou
Transito livre entre o samba o o rap o jazz e o soul
Juntando peças pra compor eu vou me recompor
Coloco a minha alma ao seu dispor
[Refrão]
Aperte o play pra tocar
Deixa a alma sambar
Tira ela pra dançar
E uma blunt para comemorar
[Verso 2]
Num caderno sem linhas
Faço minhas produções
Caligrafia fina
Transformando-se em canções
Inspiração chegando
Faz meu corpo arrepiar
Deixo o rap bater
Que dele eu gosto de apanhar
Voando pelo ar
Deixo livre meus pensamentos
Conexão direta
Mente e ponta dos dedos
O ar é minha tela
Arte abstrata oral
Que me torna eterna
Nessa grande capital
Não me leve a mal
Não quis interromper você
É que um verso me ocorreu
E eu preciso escrever
Vejo musicalidade
Até mesmo no silêncio
Melodia me queima
Como as chamas de um incêndio
Do coração pra mente
Da mente para o caderno
Do caderno pra boca
Da boca para o eterno
São dias de inspiração
Que me mantém de pé
Minha religião
Rap profissão de fé
[Refrão]
Aperte o play pra tocar
Deixa a alma sambar
Tira ela pra dançar
E uma blunt para comemorar