Sempre depois de uma longa conversa
Eu me pego lembrando toda a merda que eu disse
E me perguntando porque eu continuo fazendo isso?
Entretenimento ou...
Quando eu sei que o silêncio é o argumento
E todo dia eu me convenço a lembrar
Do tão pouco que eu sei
E eu nem me atrevo a discursar
Boca fechada, mente arrastada
Sozinha em casa, deitada em fumaça
Em dias como esse eu sinto viver num mundo fechado, inventado
Onde eu procuro o meu lugar favorito
Mas eu sempre me perco e nado no abismo
Por muito tempo até que eu possa tomar um pouco de ar
A minha vida se ofusca como na água salgada
A minha boca se resseca,e eu me tão sinto cansada
Só mais um gole de-
E um pedacinho de-
E eu me levando como o vento
Alguém me dá mais um quartinho
Me reconheço numa espécie de ninho
Onde tudo me agrada e me mantem concentrada
Minha mente vai pra frente mas também
Vai pro nada
To tão chapada, não é real mas nos acalma
E nunca não se espera nada
De ninguém
E é assim
Que eu me sinto plena
Nada me deixa assustada
Não lembro de você
Me alimento e me mantenho ocupada
Parece pouco, mas é só disso que eu preciso
Disso e mais nada/ e mais nada e mais nada
Isso e mais nada
Sentada, deitada, deitada sentada
Tô flutuando em dumaça
Não me preocupo mais com nada
Sentada, deitada, deitada, sentada
Dentro da água, imersa em sal
Água salgada me lava
E se me afogo num dilúvio
São tantas luzes
Eu peguei o atalho era escuro
Vazio, etério, um cheiro de terra
O tempo me leva e o tempo me leva
Mas os meus olhos tão fechados
O sol ja vem saindo
E eu ainda aqui curtindo
Todo esse tempo que me resta de vida
Ou pelo menos é como eu me sinto daqui de cima
Como aqueles que
Não dormem nunca
E sempre sonham acordados
Já não se preocupam mais com nada
Todo dia é dormir de madrugada
A base de bala, coca, café e bolacha
E vem dizer que isso não é vida
E que tá geral acabada
E eu sei que eu vivo sonhando acordada, mas
O que?
Eu ainda não entendi o que isso tem a ver com você
Se esse é o meu estilo de vida sadia
Ninguém sabe ao certo que fruto eu vou colher
Mas eu não vou me apoiar em nenhuma utopia
Aquela nossa história me vem a cabeças nesses dias
Mas hoje eu me protejo naquele lugar que talvez
Seja o mesmo lugar que todos nós frequentamos quando
A vontade é de gritar mas a gente sabe que o silêncio
É o melhor momento e eu sempre me lembro que eu sempre me Lembro
E eu sempre me lembro que eu sempre me lembro
E que é possível achar entre os milhões
Que nos condenam, aqueles que nos entendam
Ou isso é o que eu prefiro acreditar
Que entre todos esses filhas da puta
Existe um lugar onde
Nós podemos encontrar
Aqueles que são feitos de joias
Seus olhos brilham ä noite e parecem emitir uma luz própria
Quando o sol se põe
Eles saem em comunhão celebrando
E sentem os raios refletidos
Por todos os satélites
Nos buracos mais escuros e esquecidos
Eles são os seres nascidos na internet pelo corpo que sentia
O mesmo que alguém que sentia
O mesmo que alguém
Alguém
N1nh0 was written by Paola Rodrigues.
N1nh0 was produced by André Pádua.
Paola Rodrigues released N1nh0 on Tue Aug 16 2016.