Eu sinto o gosto do amargo desse remédio
Arranha-céus patéticos, pra quem trabalha nesses prédios
Batendo ponto e não panela
Não sobra tempo quando a obrigação é o que cê vai por dentro dela
Vidrado sem farinha
Igual minha vizinha cuidando da vida dos outros pela janela
Tadinha, mal sabe que nos últimos meses
Eu venho comendo até a filha dela!
Sendo sucateado, a manipulação do estado
É fazer acreditar que somos minoria...
Ponteiros não atrasados
Englobam essa multidão atrás de água e de energia!
Contas engordam, bancárias lá...
Luz e água aqui...
Seria cômico se não fosse trágico
E ainda a gente tem que rir...
Tanta prepotência, mata nossa adolescência
Sem um pingo de clemência, só interrogação
Humanos em decadência, vivendo as aparência
Formando uma bactéria em ascensão
Sem cura, ou tratamento, tratar nosso momento
Colocando em pauta a nossa falta de noção
A ficha cai agora, pra sacar você demora
Que o futuro vai vender metro quadrado de respiração!