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[Verso 1: Raillow]
Isso é Brasil, já é tarde na favela e a visão turva
Tricolores armados naquela curva
Òh, a brisa esquece ela, mas só desce vela
É que nela tá o alívio pra essa chuva
E o frio matou e o sol secou toda água que ainda tinha
Cotidiano das criança em meio a quem vende, quem usa
É que não há diferença pra aquele que rouba você com desvios
Pro muleque assustado com uma quadrada debaixo blusa
Nem ativista, socialista, anarquista, essas fita
Mas eu não vou sair da escola como robô sendo uma isca
Risca essas fita tudo, pois há bandidos e bandidos
De vários pontos de vista
Personalidade própria e respeito, a rua ensina
Dos tempos que vinho era combustível pra umas rimas
Freestyle! Um salve a todas batalha de cada esquina
Contra a política que julga conteúdo, disciplina
[Refrão: Raillow]
Acharam um culpado, tarde de sábado
Pra rua um soldado e pras estatísticas mais um
Ho! Pra onde vou? Estados malucos, um mal comum
Na terra onde o lucro se instalou
Mas em meio a isso eu sei quem sou
Nos contratos, fatos, contatos, fracos a vez chegou
Pois não acho que a minha mãe merece essas filas
E essas contas excessivas em uma vida em que tanto lutou
[Verso 2: Treeze]
Declaro o início do corte nos corruptos
Seja bem-vindo a mais um rap escrito em transporte público
Contra falsos no púlpito, vou quente no asfalto
Só sou ladrão porque tomo sua mente de assalto
E não por roubar o que tem no seu leal cofre
Se só possui dinheiro, o nobre é o real pobre
Sou o achado das vidas perdidas
Coeso, odeio papo de 1 peso e 2 medidas
A palavra aqui não faz curva
Distanciado do errado, portanto essa vai de lambuja
Única lavagem de dinheiro que eu fiz
Foi quando esqueci 2 reais no bolso da minha calça suja
Eu tô cheio desses coração vazio
Tô cheio de ver expressão do que nunca se sentiu
Essa é pra aquele motorista cuzão que me olhou com skate na mão
E fechou a porta do busão e fingiu que não viu
(Filha da puta! Filho da puta...
Ah, mano, essas idéia memo, Treeze
Dor de barriga não dá uma vez só não, certo?
Com certeza, mano... Abre o olho, haha...
Vai, essas idéia! )
E mesmo assim a gente espalha amor
Menos se canalha for
Não repara a cor, de rap sou fazedor
Nenhuma falha dou
Na real, sou trabalhador que trabalha a dor
[Verso 3: Leal]
Olhando o caos de perto eu tento me distanciar
De tudo aquilo que só me persegue
A mente dá lag não sabe jogar
Onde quem serve pra matar: vira delegado e ainda é aplaudido
E quem serve pra ensinar: deixado de lado e não reconhecido!
Eu acredito que tudo vai mudar
Então não fico triste se hoje o jogo não virar
Embora o tempo vai embora sempre é hora de mudar
Não chora, espera fauna e flora um novo dia vai chegar
Eu vivo onde porcos ditam regra e tem pedra em todo lugar
Em cada esquina um ponto de venda e os loco que quer comprar
Lucrar é o que importa na horta capitalista
Mas eu tô fora da lista, não vou me contaminar
O tempo mostra a real que te faz acordar
Enquanto o homem cai do céu, as aves só querem voar
E tá perto de Deus não é tá em nenhuma seita
Então vai acende as vela que minha oração tá feita
[Refrão: Raillow]
Acharam um culpado, tarde de sábado
Pra rua um soldado e pras estatísticas mais um
Ho! Pra onde vou? Estados malucos, um mal comum
Na terra onde o lucro se instalou
Mas em meio a isso eu sei quem sou
Nos contratos, fatos, contatos, fracos a vez chegou
Pois não acho que a minha mãe merece essas filas
E essas contas excessivas em uma vida em que tanto lutou
Mundão was written by Raillow & Leal & Falatuzetrê.
Mundão was produced by SAID.
Falatuzetrê released Mundão on Fri Jun 19 2015.