O som dá continuidade à tradição do Fábio Luiz, Parteum, de lançar uma música que reflita suas visões sobre o ano que se inicia, em seu primeiro dia. No caso, foi lançada no dia 1 de janeiro de 2019.
Parteum é um gênio incansável, foi ele quem escreveu, produziu e arranjou a música, além de ser resp...
[Intro]
Eu nunca vi nada parecido com isso
[Verso 1]
Essa vida é um prédio grande de paredes finas
Resistência marginal entre as ruínas que separam municípios, condados
(Casa-grande) Senzala, embedado nessa fala
Mais folhetos explicando um Deus preto em aramaico
Peça do mosaico que revela a escritura passo-a-passo
Se eu mando no pedaço e a Terra vibra quando eu penso
A oposição deve ser tola, lê livros pela metade
Inimigos devem muito mais do que me pagam
Bebem muito mais do que deviam
Enquanto se mutilam numa encenação triste
Procissão doente
Governo o coração e deixo a mente andar sozinha com as palavras
Eu amo todas elas com a mesma intensidade (verdade)
Os ancestrais me guiam feito o novo rei de Wakanda num filme de Ryan Coogler
Alçada de Orunmilá, Shambhala ou Shangri-la
Mágica
Eu quero é ser amado pra lembrar como se ama
Confundem o que eu não digo com o que faço
E nessa vida eu só respondo pelo caminho que pego
Descalço, pés na grama, me entrego
Todo mundo é Deus ao mesmo tempo, sorrindo
A frase é muito louca em qualquer ordem
A ordem é qualquer frase carregada de emoção
O simulacro torto pede muros
E eu construindo rimas para falar do irmão do Henfil
[Verso 2]
Bem-me-quer, mal-me-quer
Quem me der problemas leva o troco em tempestade
Puxo do céu revanche feito o filho de Odin
E não questione a minha raiva de (governos de direita)
Eu sei quem não me aceita e reza bravo pra eu cair
Depois finge amizade, tira fotos me abraçando
Meu plano é de gigantes
Diamantes sem sangue na extração ou no comércio
A África sou eu e ela brilha feito a rua
Grita incrivelmente alto e em bom som, bom tom, Bantu
Ganga Zumba
Expresso a decisão feito Lumumba
Danço com as estrelas, solto fogo e voo baixo
Aplaudem quem precisa ser herói pra ser direito
Meu subconsciente já me disse que a loucura é coletiva
Defeito é não viver conforme o brilho que me deram pra azucrinar cretinos na sinuca do destino
Toda vez que eu rimo acendo alguma luz do prédio
Toda luz que acende avisa a alguém: chegou remédio
Jogos de armar feito discos de Tom Zé
De '01, parto, Parteum, latim de rua
Da língua, cada um cuida da sua
Não chore, companheiro
Chocolate amargo dividido todo errado pelo filho do sobrinho do bisneto do irmão de quem roubou desde o começo
O Brasil já tinha dono, só mudou o preço