Berimbau chorou no terreiro
Sinhazinha correu pra escutar
Berimbau falou de um guerreiro
Que os negro ia libertar
Ele vem vestido com a noite
As estrelas a lhe iluminar
Tem a força do mar nas entranhas
E o poder dado por orixás
Sinhazinha tremeu assustada
Sem saber se ainda ficava ali
Berimbau então silenciou
E no terreiro apareceu Zumbi
Foi Zumbi
No terreiro apareceu Zumbi
Foi Zumbi
Sinhazinha tombou de joelhos
O rei negro então a possuiu
A noite fez-se fogo e o negro
Assim como veio partiu
Deixou a semente da raça
Foi no ventre da terra Brasil
Misturou, misturou
Quem pensar que é só branco se enganou
Misturou, misturou
Branco, negro e índio misturou
Misturou, misturou
A semente da raça misturou
[somente antes da prosa]
Misturou, misturou
No Brasil foi que tudo misturou
Misturou, misturou
- Dois gigantes se confrontam
- Um feito de carvão, o outro de bronze
- No fundo, um berimbau e um pandeiro
- Cruzando o ar tal qual espadas, fortes pernas
- Olhares se cruzando, se buscando em meio a rodopios e velhaças
- Enquanto um voa, o outro beija o solo, no fundo um berimbau e um pandeiro
- E De repente um talho, outro talho, o sangue irriga a terra e a ira
- A perna sai mais forte e o corpo gira, e vai ao chão um bravo capoeira
- O outro triunfante e cansado, se chega para o pé do berimbau, e canta a ladainha de vitória
- E pronto a inspirar mais uma história, olha ao redor com ar de desafio, no fundo, um berimbau e um pandeiro