[Intro]
Acredito eu que, a cada rejeição, a cada porta fechada, essa energia pode ser canalizada pra um rap diferente...
E olha o que o “último não” me fez escrever
[Verso 1]
Não peça que eu fale mais calmo ou mude meu tom, não não
Sabe que tudo que eu falo é verdade (ah)
O foda é que o bairro por onde cê anda
Os cara não sabe falar de verdade
É que no meu lado da cidade, eles
Vem comprar, pra vender, ou pra usar e se perder
Então o q eu posso fazer por você?
É gritar, protestar, contestar
Nois é irmão, quem te passou essa visão?
Eu não vou mudar meu tom
Eu não vou mudar meu som, meu rap é de luta
E por esse Rap ser meu, vou sair dessa disputa
Era pra ser uma luta essa merda
Mas se concordou com o jogo, tu não pode reclamar da regra
Só não peça que eu mude meu tom
Se tu não viveu na minha pele, uma vida chris, uma mãe roxelle
Nem que eu martele essa ideia na tua
Mente meu bom, se lembre
Nunca deixe que mudem seu tom
[Verso 2]
Pela tua coroa, por uma vida bela
É pela Karine, é pela Isabela
Se tu não vive o que escolheu
E reproduz o que eles dizem
Tua liberdade não existe
Tu já vive numa cela
Independência não é dinheiro, animal
Ideais sobrevivem, grana não te acompanha no funeral
Sejamos fortes em meio a pressão social
E pau no cu de quem não enxerga
A questão racial
Respeita nossa luta
Não é seu lugar de fala
O racismo não te atinge
Aí no sofá da tua sala
Então escrevi um Rap novo
Pra ser um soco na sua cara
Quem só vê pelo Instagram
Na real não sabe de nada
Nunca soube, nunca vai saber
Nunca perguntou
Quem me ofereceu emprego
Fingindo que me ajudou
Me mantive aqui no rap
Então do que que adiantou?
E a força pue fazer rap
Quando que cê ajudou?