[Intro]
Yeah, Piruka
[Verso 1]
Meu filho, peço desculpa no começo desta carta
Eu sei que tu não estás bem, mas a mãe já 'tá farta
Não sabes o que eu choro, sozinha nesta sala
Olhando p'o tambor e a contar as balas
A tua vida é rua e pegas, chegas sempre com a estala
E a tua vida tanto adoras, não há forma de bangala
A tua irmã já não me fala, nem me olha na cara
Seguiu o teu caminho e já ninguém a para
Já não para em casa há semanas e semanas
Não sei nada de vocês, nem uma mensagem mandas
Sei lá eu onde é que andas, seguiste o teu caminho
Apoio não te faltava e preferiste ficar sozinho
Os vizinhos falam bué, dizem que o menino André
Que era um menino educado, hoje em dia não o é
Eu já perdi a fé, nem me aguento em pé
Podes bem ficar sozinho, pois não és nenhum bebe
A vida avança, vai avançando com ela
Não queiras estragar a tua, vida real não é novela
Pedradas e cadelas é o que tu queres p'a tua vida
Cagaste em toda a gente, já nem ligas à família
Filho pa' mim já chega, não consigo aguentar mais
Eu só rezo pa' que subas, mas quando sobes tu cais
E a queda é grande, mas já 'tás habituado
O teu estado é degradante, tens o sangue envenenado
Sempre tive do teu lado quando não teve mais ninguém
Olha a tua recompensa, nem te lembras que tens mãe
Tudo vai tudo vem, eu já não tenho nada
Tu viras-te um vagabundo e a tua irmã uma agarrada
Eu bem tento andar na rua, de cabeça levantada
Mas todos me olham de lado e falam que eu sou a culpada
Eu não tenho culpa de nada, fizeste a tua cama
Agora deita-te nela e tapa o teu próprio drama
C'est la vie, a vida é mesmo assim
Quando tu leres esta carta não tenhas pena de mim
Porque aquilo que eu fiz por ti e pela tua irmã
Fazia novamente sem pensar no amanhã
Vocês são as minhas crias que eu criei com alegria
Mesmo tando toda enterrada sabem que não vos deixaria
Mas tu escolheste a tua vida, traçaste a tua rota
'Tás num beco sem saída, a tua vida é cambalhotas
[Ponte]
Yay, hoje 'tás num beco sem saída
A tua vida cambalhotas, toma nota
Que hoje 'tás num beco sem saída
A tua vida é cambalhotas
[Refrão]
Que a vossa vida é mesmo assim, choradeira e gritaria
É o prato do dia, e eu já me culpei a mim
Mas tudo tem o seu fim, e eu já estou no fim da vida
E há vossa pala tenho feridas bem vivas em mim
Que a vossa vida é mesmo assim, choradeira e gritaria
É o prato do dia, e eu já me culpei a mim
Mas tudo tem o seu fim, e eu já estou no fim da vida
E há vossa pala tenho feridas bem vivas em mim
(bem vivas em mim, ey)
Que a vossa vida é mesmo assim, choradeira e gritaria
É o prato do dia, e eu já me culpei a mim
Mas tudo tem o seu fim, e eu já estou no fim da vida
E há vossa pala tenho feridas bem vivas em mim
Que a vossa vida é mesmo assim, choradeira e gritaria
É o prato do dia, e eu já me culpei a mim
Mas tudo tem o seu fim, e eu já estou no fim da vida
E há vossa pala tenho feridas bem vivas em mim
(bem vivas em mim, ey)
[Outro]
Piruka MC
(bem vivas em mim, ey)