[Verso 1: Dow Raiz]
É complicado
Trampar mais que o patrão e ser um trapo
Mas agradeço ao pai o aprendizado
Pra casa caminhar
Amanhã retornar, vim da quebrada
O Dow existe do pintor ao tiozinho do bar
Na escola com [?], fone, cap, [?]
Skate, boot, break, [?]
A vila é um grande ensino pra quem sabe caminhar
Fora dela é o extermínio pra quem nasceu pra julgar
Pra dentro de mim eu quero me mudar
Esquecer desses patife que nasceu pra atrasar
Do início ao fim, pra quem um dia acreditar
Cada um com sua cruz, inclusive suas mancada
Você é quem você anda, então os polícia é da pesada
Fechado com os ladrão, propininha na quebrada
O-ontem eu me vi, olhando o que está por vir
O amanhã chegou e ainda eu estou aqui
Eu tenho que ter fé para andar
Andar onde a grana fala mais do que o amar
Pois vejo que querem me sugar
O pouco que ainda tenho em mim, tenho em mim
O pouco que ainda tenho em mim, tenho em mim
O pouco que ainda tenho em mim, tenho em mim
E o tempo passa
E cada segundo que passa aumenta a farsa
Somos presos em corpos, em copos, desgraça
Foco embaça
Trabalha pra pagar impostos, governo suga os ossos
E a fé, aqui pra confortar
Os que são religião acha que é chão que vai salvar
Mas né, o mundo é ilusão e tem uns que acha que pá
Perfeito só de se achar perfeito está a falhar
Não é roupa, nem coisas da boca
Essa vida loka é armadilha pro sistema julgar
Dá sopa pra rapa, a força, então bata
Inventa doença pesada pra com a cura lucrar
[Refrão]
E sente o som, presença tem função
A força da canção é pra arrancar todo mal do lugar
E sente o som, presença tem função
A força da canção é pra arrancar todo mal do lugar
E sente o som, presença tem função
A força da canção é pra arrancar todo mal do lugar
E sente o som, a força da canção
A força da canção é pra arrancar todo mal do lugar
(Arrancar o mal do lugar)
[Verso 2: Dow Raiz]
Não é fita pouca
Um pedaço do inferno no hospital
Três médico pra duzentos, dois com Síndrome de Down
Tá indo pra quatro conto a passagem que era um real
Protestante vai às ruas, sofre abuso policial
Tô atento à magoa antepassada aqui dentro
Os índios donos daqui vejo jogado no centro
Mas os livros não mostram nem um terço do movimento
Descendentes foram expulsos depois de um fuzilamento
Eu penso a todo tempo, será que só eu vejo?
Antes eram só negros, hoje escravos brancos, pretos
Opressão cobre o gueto, pagação do povo nobre
70 anos trampando pra no fim da vida pobre
No bar, uma dose pra adoçar essa vida amarga
Mas coisas da alma, jão, só o próprio pai que trata
A TV nos retrata como pobres, como peste
Sem estudo, estudar em um país que não investe
Menos um na Leste, ontem foi um da Norte
O Sul também tá tenso, Oeste só dá morte
Água falta em São Paulo, aí é mó palhaçada
Nordeste sempre sem água, e ninguém nunca falou nada
Petróleo sai do Brasil pelo justo cobrado
Vendido Estados Unidos pra vim com preço dobrado
Eles nos olham como os coitados
Como coitados
Mas somos todos uns [?]
Tristeza, mas que tristeza
Que tristeza
Livramento was written by Dow Raiz.
Livramento was produced by Diogo Ogo.
Dow Raiz released Livramento on Tue Apr 26 2016.