Lisboa não passa
Lisboa não passa, quem passa não sente
Lisboa não passa da gente
Lisboa não passa da gente
Lisboa não passa depressa
Estranha-se, entranha-se e não diz adeus a quem daqui se dispersa
Lisboa não passa depressa
E no pouco tempo que resta não liga ao que interessa
Saudade narrada nas paredes pintadas
Calçada pisada e o metro só muda as pessoas de sítio
Dentro não leva o seu espírito
Eu sinto falta dela, bela, apressa, não para, não espera
Exagera, vives nela, não perdes tempo com ela
Só passas depressa, não esperas
Lisboa não passa depressa
A gente é que passa com pressa
Com medo que o tempo não chegue pra nós como chega pra ela
Lisboa não passa depressa
A gente é que nunca regressa
Com medo de sairmos sós nunca saímos dela
(Nunca saímos dela.)
É quando sentes falta do ritmo
Perpétua ânsia que sobrevive à ausência do sítio
Será Lisboa um estado de espírito?
Lisboa não passa
Lisboa não passa, quem passa não sente
Lisboa não passa da gente
Lisboa não passa da gente