Injúria

[Verso 1]
Olha quem voltou, doutor, dei tempo, agora se prepara
Sei que é rara música com flow nessa cena cara
Se é na cara eu faço 100 pontos, mesmo sem 2 contos no bolso
O que eu ouço é burro tomando lugar de fala
Sempre embala desculpa e a culpa diz que é minha
Racismo é uma fila pro abismo e branco diz "caminha"
Segue a linha do raciocínio e volta pro teu posto
Pega o curso, o teu discurso só tem causado desgosto
Eu sou o oposto dos que vocês ferram, tô sempre com o meu enxame
Dono do busão tipo Rosa Parks e Alanne
Se é racista então reclame, cês têm o apoio do UOL
A tua mira vira até pra jogador de futebol
Tipo LOL eu tô, não o jogo, a risada
Vendo cês passar vergonha e pano, o plano é rajada russa
No meio da fuça de quem quer defender
Racista imundo esse mundo não é pra você

[Ponte/colagem]
E essa carinha preta, seu preto desgraçado (seu preto desgraçado)
Chama a policial aí (cha-cha-chama a policial aí)
??? Se sentir agredida, você é mulata amor, você é uma complexada, nasça branca
(nasça branca)
Nasceu mulata, fazer o quê?
(me chamou de encardida)
Chamo, chamo, você é mulata

[Verso 2]
Cês tão ouvindo rap errado, hype mal atinge o gueto
Só reclama quem nunca ouviu falar do Projeto Preto
As Margens, Rap Plus Size e Faustino
Não dito, mas se tiver injustiça, eu me intrometo
Eu não prometo, faço e a cada passo dado digo
Parabéns pra mim, mais um dia que eu volto vivo
E boto o livro na minha cara jantando conhecimento
Nem sempre tive comida, a história me deu sustento
Pela vitória eu aguento tudo o que tenho passado
Quero ver cês levantar depois de eu ter passado
Pra cada antepassado teu digo “tá embaçado, meu”
Nada foi pago até agora, só jogado fora e eu
Vim ser cobrador, mas não vou entrar em greve
Lá do topo, logo em breve eu te aviso quem venceu
Mano, eu tô igual Morfeu, levando a verdade insisto
Em invalidar desculpa de que o Brasil é misto