[Letra de "iMigrante"]
[Verso 1: Don L]
Dá um alô, eu cheguei
(Eu nem queria colar)
Quem inventou foi vocês
(Até que eu ia voltar)
Mas qual foi? Pra eu entender
Pensa o quê? Que isso é seu?
'Cês me deve, eu cobrei
Eu sei do meu lugar
Separam nossa classe, soldados mal pagos
Robôs dos oligarcas
Quando chegarem os robôs de verdade
O que cês acham?
O Estado é só um ganso
E 'cês tão brigando por migalha
Só quero meu espaço
Minha paz, minha parte (meu trabalho)
Meu amor, minha arte
Se incomoda como eu falo
Danço, ando, canto, e claro
O quanto eu sou pago
(Eu não sou daqui)
Sou tipo a grana deles
(Corre sangue em mim)
Igualmente vermelho
Um dissidente de onde eu vim
Aqui o estrangeiro, o forasteiro
Insubmisso, o gueto
Nos bairro chique de Fortal (o pirangueiro)
Em São Paulo (o paraíba)
Em Portugal (o brasileiro)
Nada disso
O bandido pra apontar o dedo
O meliante, bon vivant
O errante, Imigrante
[Refrão: Terra Preta, Don L]
Em favelas e guetos, sangue
Ou coberturas do champagne, blunt
Sempre um imigrante
Nos barcos e fronteiras, tantos pras fábricas, biqueiras
Onde há grana há
Sempre um imigrante
Ô, meu Deus, abra as portas da Babilônia!
Justiça há de ser feita!
Imigrante
[Verso 2: Don L]
Último mergulho ao mar
Saltar e sentir o sal da praia como um bálsamo (saudade)
Não que vá faltar mais que faltava
Mas se éramos pobres
Por que nos vieram assaltar?
E então, estrangeiro aqui, de novo
Não integrado, cê já sentiu assim entre o próprio povo? (Eu já)
Agora o outro, o exótico, não só o louco
O mundo é nosso
E eu deslocado ao próprio corpo
Vento na cara agora, mente uma parabólica
Na estrada, só e a sede maior que a paranóia
Sangue na trajetória, arame farpado
Pra vitória, coroa de espinhos e sonhos afora
São mocinho, eu vilão
E ainda assim, bon vivant
Meu vetin quer curtir, mandar grana pra família
Grana pra rasgar na cara da polícia
E de zé povin, bom malandro, grande
Imigrante
[Refrão: Terra Preta, Don L]
Em favelas e guetos, sangue
Ou coberturas do champagne, blunt
Imigrante
Nos barcos e fronteiras, tantos pras fábricas, biqueiras
Onde há grana, há
Sempre um imigrante
Ô, meu Deus, abra as portas da Babilônia! Justiça há de ser feita!
Imigrante