[Letra de "IGNIS" ft. Maudito, UEST. & João Tamura]
[Verso 1: Maudito]
Boy tu estás feito
Isto vai dar merda num take
(És) Uma beca azeite
Tens jeitos de rapper, não és rapper de jeito
Manco se és fake e mato - touché
Cruzar linhas e nem é croché
Bulem em caixa e gabam cachê
E eu quero mais crachás, pôr nome a crescer
Cliché, não me vou queixar, para o lixo tou me a lixar
Nem com pixo vais subir ou marcar
Vim chichar cus, tu a cochichar
Estou com pica toda a abrir ‘que a dica é foda
Até que a guita chova e apanhe uma molha
Molhos de notas e rappers no bolso
Escolhes festas, eu gravo ao almoço
A fome é outra, não chеga larica
Ou morres na praia, avião Caparica
Vim vim matar o ringue todo
Ring ring para o menino d’ouro
Dizеm que eu vingo esse lixo, jogo
Limpinho virei rim fogo
Um gajo escreve tanto, troca tintas
Tu trincas tontas ou só tentas? burro
Vingas quantas? isso cheira a esturro
Levas fintas e na ventas? murros
A cena acontece, como se eu não contasse!
Sais do meu show em catarse
Man, eu já não penso "mas e se eu parasse?"
Vou bater cabeça até vê-la em cartazes
(Tass, qualquer parede eu desfaço)
[Verso 2: UEST]
Entra na rima não fujas
Se é pela vibe eu tou dentro
Caga nas rimas das fuscas, bro
Rima do teu andamento
Rima não é passatempo no tempo
Rima virou pátio pa ratos
Que mudam com o tempo
Pelo orçamento
E chamam sustento
Ao que eu ponho no prato
Olha o que fazem ao Rap
Putos andam a rimar sem critério yha
Perdem conceito no trap
Coda no sangue e nem sentes bro
Tão a fazer disto um wack show
Pegam no verso pa pô-lo no chão
Saco do saco onde tenho o meu flow
E tou pronto para pôr um ponto final nessa acção
Começa ação
Metem mais peta
Luxúria, ficção
Traz diz que disse
Eu não digo em vão
Que isto tá morto
Com essa visão
Já não me calam
Embalam no beat
Sucinto ao frito da pinha
E começa a minha manipulação
Palavra em palavra
De barra em barra
Não paro na farra
E parto a tasca
Fumo solto pela liberdade
Rap solto com diversidade
Rap vivo na nossa cidade
Porque Rap eu vivo essa é a verdade
Já tava no tempo
De a dizer a gente
Que bater no tempo não chega, bro
Há que dizer algo decente
[Verso 3: João Tamura]
(179, 1800)
Direto da Lisa
Tu, boy, Sintoniza: a caneta está tipo a do Fuse
Atenta a tenebra que induzo
Tu toma a minha letra como tema para estudo
Sou o Bane no The Pit, vilão maldito
Claro que assumo uma vida no escuro
Afogo a minha pena na tinta
E produzo um clássico que enterra cem rappers avulso
Acelera-me o pulso, besta e nervoso
Escrevo do tipo que nasci no Porto
B, desde os doze, meu grito é meu fosso
A purga das merdas que senti no corpo
A letra é para o gozo? Ataco o teu posto
Mano, na escrita ou és o xtinto ou estás morto
Rapper vaidoso? Perde o pescoço
Derramo o teu sangue para regar minha flores
Um clássico? É fácil
Louco e lunático: se eu subo com a morte, tu desces, ya?
Pós ano sabático, num ano distópico
A matar o Norte com o Uest cá
Caixa Cartão! Vai dar merda, ou não?
A tua é meta é só ter mais um hit do Verão?
Milhões agora, sem disco cá fora
Daqui a dois anos não te passam cartão…
Criado no bairro do Noscar, a cinco prédios acima do Tosta
É certo o retorno na aposta: Olivais a limpar aquele se encosta
E em cada beat do Beiro
Vim para mudar o conceito de underrated
E aqui cada tiro é certeiro… raiva na veia alimenta-me a seita
Dispenso o teu tempo e o teu contacto
Vens gabar cachet sem matar no concerto?
Declino esses termos
Não morro por bater e conheço quem mate por menos
Vim trazer invernos eternos, versos das torres, blocos, prédios
Alimentar Heads, todo o meus dread
Doentes que não querem remédios